Covid: 100 milhões de vacinas paradas no mundo expiram até dezembro
Relatório da consultoria farmacêutica Airfinity aponta que 10 países concentram maior parte dos imunizantes e têm 1 bilhão de doses sobrando
atualizado
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Na tentativa de reduzir o número de casos de Covid e frear o avanço das variantes, a maioria dos países do mundo investe nas amplas campanhas de vacinação. Porém, se não usados, muitos imunizantes correm o risco de ir para a lata de lixo.
Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (20/9) pela consultora farmacêutica Airfinity, mais de 100 milhões de vacinas só valem até o fim do ano. Segundo a empresa, os países do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) e os que integram a União Europeia (bloco de 27 países) possuem mais de 1 bilhão de vacinas além da necessidade, e 10% delas têm data de validade prevista para o final deste ano.
Às vésperas da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (palco também para o debate sobre vacinas), a consultoria analisa que, “uma vez considerado este prazo de validade de dois meses, o número de doses que podem ser potencialmente desperdiçadas chega a 241 milhões até o final de 2021, o que representa um quarto do estoque excedente do G7 e da UE”.
Segundo os especialistas, 75% das vacinas administradas em todo o mundo estão concentradas em apenas 10 países. O continente africano, considerado um dos mais pobres do mundo, tem apenas 2% dos imunizantes.
A má distribuição de vacinas mostra, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), que a cobertura vacinal de 10% da população mundial contra a Covid-19 não será atingida até o final de setembro. E os representantes da OMS ainda alertam: mesmo que os imunizantes sejam doados, os governos dos países precisariam de pelo menos dois meses para conseguir aplicar na população.
De acordo com o CEO da Airfinity ao portal UOL, Ramsus Bech Hansen, apesar do desenvolvimento rápido da vacina e imunização da população, ainda é preciso avançar na distribuição das doses. “Para que o mundo tenha pleno benefício, precisamos de uma conquista inédita: uma campanha de vacinação em grande escala que seja rápida, coordenada globalmente e impulsionada pela ciência”, declarou Hansen.
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