Coronavírus: veja o que grávidas e lactantes precisam saber
O bebê pode contrair a Covid-19 no parto caso mãe ou equipe médica estejam contaminados
atualizado
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A pandemia do novo coronavírus tem preocupado muitas mulheres grávidas. A gravidez por si só não coloca a gestante no grupo de risco, de acordo com Carla Maria Martins, médica ginecologista e diretora da Clínica FertilCare. No entanto, se a mulher apresenta alguma comorbidade, como diabetes, hipertensão, insuficiência renal crônica, doença respiratória crônica e doença cardiovascular, ela deve ter cuidado redobrado.
“Vale lembrar que as gestantes são imunossuprimidas fisiológicas e merecem mais atenção em relação ao sistema respiratório e cardiovascular. Se ela já tem um problema de saúde, isso a coloca no grupo de risco. Com a imunidade mais baixa, elas ficam mais suscetíveis à doença”, explica.
Para evitar aglomerações durante as consultas do pré-natal, algumas clínicas têm marcado menos atendimentos e com horários mais espaçados, além de pedir que a futura mãe leve apenas um acompanhante. Os profissionais da saúde devem usar equipamentos de proteção individual e alguns já passaram a fazer atendimentos virtuais.
Ainda não há registros de casos de transmissão vertical – da mãe para o filho via placenta – do novo coronavírus, mas o bebê pode contrair a Covid-19 no parto se a mãe ou alguém no mesmo ambiente estiver contaminado.
A médica faz um apelo para que as gestantes respeitem o isolamento social, sigam as recomendações do Ministério da Saúde e só se dirijam a pronto-socorros em casos extremos. Ela também ressalta a importância da vacina contra o vírus influenza. “Nesse momento, é fundamental evitar o contato com outros pacientes com a Covid-19”, reforça.
Amamentação
A maior preocupação na hora de amamentar é a transmissão do coronavírus pelas gotículas da respiração se a mãe estiver contaminada com a doença. Nesse caso, o aleitamento não é recomendado. O ideal, segundo a ginecologista, é retirar o leite e alimentar o bebê através de um recipiente, com o apoio de outra pessoa.
“Existem exceções, mas a amamentação não é recomendada. O bebê precisará ficar em isolamento, com ainda mais cuidado”, completa a médica.