Coronavírus: ministério quer ampliar horário de unidades de saúde
Com atendimento estendido para casos mais leves, a pasta pretende evitar que pacientes sejam encaminhados sem necessidade a hospitais
atualizado
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Para tentar conter o avanço do Covid-19, a infecção provocada pelo novo coronavírus, o Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira (09/03) que irá repassar recursos aos municípios para que eles possam aumentar o horário de atendimento nas unidades básicas de saúde (UBSs).
A iniciativa vai priorizar as cidades em que há mais registros da doença, como é o caso de São Paulo, que tem 16 confirmações até agora, e depende da adesão dos prefeitos.
Na prática, o governo vai ampliar o programa Saúde na Hora, lançado em 2019, que permite às unidades de saúde funcionarem além de 40 horas semanais, chegando a, até, 60 horas.
Com o atendimento ampliado na chamada atenção básica, que trata de casos mais leves (ambulatoriais), a pasta pretende evitar que pacientes sejam encaminhados sem necessidade a hospitais.
Com os recursos, os municípios podem estender o horário de atendimento ou usar a verba para contratar mais pessoal – para isso, os prefeitos podem, inclusive, decretar estado de emergência, que permite chamamento emergencial de profissionais sem a necessidade de concurso público.
Segundo os dados do ministério, atualmente há 238 municípios contemplados, com 1.528 unidades de atendimento ampliado. A previsão é que, com as adesões ao Saúde na Hora 2.0, o número salte para para mais de 5 mil no país, em 1,5 mil municípios.
O pagamento adicional chega a R$ 15 mil por unidade, com oferta de serviços médicos e de enfermagem durante todo o horário de funcionamento. Em 2020, o investimento será de R$ 900 milhões.
Contratações emergenciais
Além da ampliação do atendimento, o ministério também vai fazer chamamento de profissionais a fim de reforçar a capacidade das equipes de atenção primária. A estimativa é que sejam ofertadas 5 mil vagas, com início das inscrições em 16/03.
A pasta também dará orientação às unidades para lidar com casos suspeitos e confirmados, com protocolos, fluxograma e a implantação do chamado fast-track (caminho rápido), o qual reduz o tempo de espera dos pacientes com casos menos complexos.