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Coronavírus: médico sugere que hipertensos substituam remédio

Em artigo publicado no American Journal of Physiology, o endocrinologista Flávio Cadegiani indica uma opção que pode ser mais segura

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Marcelo Leal/Unsplash
aparelho para aferir pressão alta
1 de 1 aparelho para aferir pressão alta - Foto: Marcelo Leal/Unsplash

Estudos realizados por pesquisadores de diferentes países sugerem que a hipertensão por si só não é um fator de risco para complicações da Covid-19. O problema estaria em alguns remédios anti-hipertensivos que aumentam a produção da enzima conversora de angiotensina 2 (ECA-2) na membrana dos pulmões, facilitando assim a entrada do novo coronavírus no órgão.

Os medicamentos das duas classes de anti-hipertensivos, os inibidores da enzima conversora da angiotensina (iECA) e os bloqueadores dos receptores da angiotensina (BRA) são prescritos para mais de 70% dos pacientes com pressão alta. Médicos da Europa e Estados Unidos chegaram a orientar que pacientes diagnosticados com Covid-19 suspendessem o uso deles, contrariando as recomendações das sociedades europeia e americana de cardiologia pois isso poderia descompensar o coração e os rins dos pacientes.

Ao observar os estudos e estatísticas, o médico endocrinologista Flávio Cadegiani, mestre e doutor (PhD) em Endocrinologia Clínica pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp/EPM), escreveu um artigo publicado no American Journal of Physiology na última quinta-feira (16/04) que tem chamado a atenção. O brasileiro sugere a substituição dos remédios pela espironolactona, um outro anti-hipertensivo que age no mesmo sistema que os iECAs e os BRAs, e ao mesmo tempo não aumenta a expressão de ACE-2 nos pulmões.

Uma versão do artigo pré-print, aberta para a colaboração de médicos de todo o mundo, já recebeu 4 mil visualizações. Com a publicação, o primeiro estudo clínico com o medicamento foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade de Istambul e o endocrinologista foi convidado a contribuir. Na instituição turca, os primeiros testes clínicos em pacientes começaram a ser feitos na segunda-feira (20/04).

De acordo com o endocrinologista, o medicamento vendido desde o fim da década de 1950 é seguro, além de ter custo baixo e poucos efeitos colaterais. “Pelo fato de o remédio não aumentar a expressão da ECA-2 nos pulmões e, ao mesmo tempo, atuar no mesmo sistema que os iECAs e BRAs, pode ser viável fazer a troca”, afirma.

“Não bastasse a proteção para hipertensos, a espironolactona também tem ação contra hormônios masculinos, que podem facilitar a entrada do coronavírus nos pulmões, conforme publicado por pesquisadores americanos na última semana, e que pode explicar porque homens são mais acometidos e crianças antes da puberdade são relativamente protegidas, já que elas não têm hormônios masculinos circulando”, explica.

Cadegiani reforça, entretanto, que a substituição só deve ser tomado com orientação médica. “As pessoas jamais devem comprar por contra própria ou trocar os remédios atuais. A espironolactona misturada com essas classes de remédio pra pressão alta (iECA e BRA) pode causar excesso de potássio no sangue, virando uma emergência médica, enquanto ela sozinha não tem problema”, ressalta.

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