Coronavírus: grupo de laboratórios anuncia 2 novos tipos de exame no Brasil
Para aumentar a capacidade de realização de diagnósticos, Dasa inclui duas novas metodologias padrão ouro de detecção do vírus
atualizado
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A dificuldade de realizar a testagem em massa da população é um dos obstáculos do Brasil na luta contra o novo coronavírus. Os testes rápidos não são considerados definitivos e os de RT-PCR, considerados “padrão ouro”, têm sofrido com a carência de kits.
Ciente desse cenário, a Dasa, empresa que reúne vários laboratórios no país — entre eles, o Exame do DF –, anunciou duas novas opções, com a promessa de agilidade e precisão no diagnóstico da Covid-19. “A pandemia impôs gargalos para a testagem em massa e para driblar o problema estamos diversificando o portfólio com metodologias que não concorrem por reagentes”, afirma Gustavo Campana, diretor médico da Dasa.
Os novos métodos de diagnósticos são o Sanger e o CRISPR. Ambos são capazes de chegar ao resultado mais rápido (o Sanger em 45 minutos e o CRISPR em 1h), mas o operacional – agendamento, coleta e avaliação médica – mantém a entrega do diagnóstico em um período variável entre 48h e 72h.
Ao contrário do que ocorre no RT-PCR, o Sanger usa metodologia de sequenciamento. Desenvolvido pela Billion to One, startup de biotecnologia sediada na Califórnia, o teste elimina a necessidade de reagentes para extração do RNA do vírus, hoje uma carência mundial. Esse novo método adicionará mais 3 mil diagnósticos por equipamento na capacidade diária de processamento da empresa, a partir da próxima semana.
Já o CRISPR usa uma técnica de edição gênica mais inovadora. Com isso, ele detecta o RNA do vírus em menor tempo, com resultados em até uma hora. Esse método ainda está em processo de validação, mas deve estar disponível nas próximas semanas. Ambos apresentam laudos com os resultados no mesmo padrão da RT-PCR: detectado, não-detectado ou indeterminado.
Veja os exames disponíveis para detectar o coronavírus
Teste RT-PCR
O tipo de exame mais eficiente, atualmente, é o RT-PCR. O teste, reconhecido como “padrão ouro”, analisa amostra de secreção respiratória da região de naso-orofaringe, material biológico que apresenta maior taxa de detecção.
Sanger
A tecnologia de Sanger apresenta a mesma acurácia que o método considerado “padrão-ouro” para diagnóstico da doença, o RT-PCR, com especificidade de 100% e sensibilidade acima de 80%. Com uma metodologia de sequenciamento, o Sanger elimina a necessidade de reagentes para extração do RNA do vírus. A metodologia do processo de coleta é a mesma da RT-PCR, em amostra de secreção respiratória da região de naso-orofaringe, material biológico que apresenta maior taxa de detecção.
CRISPR
É a técnica de edição gênica mais inovadora na área e consegue detectar o RNA do vírus em menor tempo. O CRISPR apresenta sensibilidade superior ao RT-PCR e está em processo de validação. A inovação chega ao Brasil por meio de parceria com a CASPR Biotech, startup sediada nos EUA.
Teste rápido/sorológico
Já o teste rápido – como os de drive-thru do DF – é realizado a partir de sorologia e procura anticorpos específicos contra o coronavírus no organismo do paciente. Ou seja, ele detecta se o corpo teve contato com o vírus e só funciona depois de sete dias do contato inicial com o Sars-CoV-2.