Coronavírus: entenda como álcool e maconha minam saúde do corpo
Consumir as substâncias pode prejudicar o sistema de defesa e também agravar a Covid-19 caso o paciente seja infectado
atualizado
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A pandemia mundial deixou as pessoas mais vulneráveis a aumentar o consumo de bebidas alcoólicas, compensando estados de ansiedade. No entanto, quando beber se transforma em hábito, o sistema imunológico é prejudicado e o corpo fica mais mais vulnerável a infecções.
“Os linfócitos estão entre as principais células atingidas pelo consumo crônico do álcool, que causa tanto a sua ativação quanto a sua ‘morte programada’, a apoptose. Consequentemente, o uso abusivo afeta uma das principais linhas de defesa do corpo, aumentando a predisposição a diversos tipos de infecção”, explica a infectologista Ana Helena Germoglio, do Hospital Brasília.
Ela lembra que não existe nenhuma quantidade de álcool considerada “segura” para consumo, muito menos para uso diário. “Alguns estudos afirmam que os pequenos benefícios do consumo diário de álcool são superados pelo risco aumentado de outros danos à saúde, como as doenças renais ou hepáticas”, pontua.
Maconha
Outros optam pelo consumo da maconha como maneira de aliviar o estresse. A pneumologista e professora do Uniceplac, Claudia Lidroneta, explica que o uso da erva pode provocar inflamação das grandes vias aéreas, irritação do brônquios, além de já ter sido associado ao desenvolvimento de bronquite crônica.
Não existe ainda um estudo que relacione o uso de cannabis à infecção pelo coronavírus, mas a pneumologista explica que os processos inflamatórios causados pelo uso da droga podem aumentar as chances de complicações no caso do paciente ser contagiado pelo coronavírus. “Há ainda trabalhos que sugerem que a maconha pode aumentar a suscetibilidade às infecções pulmonares por efeitos indiretos imunossupressores”, afirma, citando pesquisas da Instituto Nacional de Abuso de Drogas (NIH) e da American Lung Association.
“A fumaça da maconha contém muitas toxinas irritantes e agentes cancerígenos que também estão presentes na fumaça do tabaco. Além do que, os fumantes de maconha tendem a inalar mais profundamente a fumaça e prender a respiração mais tempo do que os fumantes de tabaco, o que leva a uma maior exposição a estes agentes”, detalha a médica.