Coronavírus em circulação na 2ª onda está mais contagioso, afirma estudo
Pesquisa observou que pacientes infectados com versões mais recentes do Sars-CoV-2 em Houston, nos EUA, apresentaram maior carga viral
atualizado
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Estudos de sequenciamento genético mostram que o novo coronavírus já passou por várias mutações desde o início da pandemia da Covid-19 e que algumas o tornaram ainda mais competente para se espalhar entre as pessoas. Pesquisadores do Houston Methodist Hospital, nos Estados Unidos, afirmam que 99% dos infectados na cidade durante a segunda onda da doença contraíram uma cepa mais infecciosa do vírus.
O trabalho foi publicado na plataforma medRxiv na última quarta-feira (23/9) e ainda precisa passar pela revisão de pares. Os pesquisadores sequenciaram o genoma de mais de 5 mil amostras do vírus Sars-CoV-2 que circularam em Houston, maior cidade do Texas, durante a primeira e a segunda onda de casos de Covid-19.
A comparação mostrou que a versão mais recente do vírus havia passado por uma mutação denominada D614G, que codifica mais proteínas spike, facilitando com que o vírus se ligue às células humanas.
“Praticamente todas as amostras da segunda onda têm uma substituição do aminoácido Gly614 na proteína spike, um polimorfismo que tem sido associado ao aumento da transmissão e infectividade”, escreveram os autores do estudo.
Apesar de os pacientes infectados na segunda onda apresentarem cargas virais significativamente maiores no aparelho respiratório, não foram encontradas evidências de que a nova cepa causaria casos mais graves da doença.