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Coronavírus: contágio silencioso coloca Brasil em isolamento

Com sistema de verificação travado, Ministério da Saúde decidiu padronizar protocolos e regras de restrição de convívio no país

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1 de 1 Ilustração sobre coronaírus - Foto: Metrópoles/Yanka Romão

O Brasil inteiro precisa amanhecer neste sábado (21/03) em isolamento domiciliar voluntário. Com a declaração formal do ministro da Saúde de que há transmissão comunitária em todo o país, as recomendações de distanciamento social tornam-se mais estritas e o protocolo de atendimento dos serviços médicos passa a considerar pacientes com sintomas de gripe como portadores da Covid-19.

A declaração veio exatamente no momento em que o sistema de verificação de casos suspeitos está abarrotado e travado. Na última terça-feira (17/03), quando o número foi divulgado pela última vez pelo Ministério da Saúde, a fila de notificações para confirmar o diagnóstico de coronavírus no país era de 8.819 pessoas. Na sexta (20/03), só no Distrito Federal, 1,2 mil moradores esperavam pelo diagnóstico.

O quadro leva especialistas em saúde pública a concluir que o vírus está se espalhando de maneira silenciosa pelo país, sem dar tempo de que a confirmação de casos suspeitos seja feita e a cadeia de contatos para monitoramento seja mapeada. Apesar de a transmissão comunitária da doença estar comprovada em apenas sete estados (São Paulo, Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Santa Catarina), considera-se que o Sars-CoV-2 está fazendo vítimas em quase todo o território nacional, o que aumenta a necessidade de alerta.

Precaução
Para o médico Eduardo Hage, que tem atuado como porta-voz do GDF em relação ao novo coronavírus, não é mais possível garantir que o contágio sustentado esteja restrito aos estados nos quais já foi constatado. Na prática, significa dizer que a cautela precisa ser de todos: não apenas dos que tiveram contato com pessoas infectadas ou que retornaram de viagens internacionais. “No DF, ainda não foi evidenciada transmissão comunitária, mas isso não quer dizer que não haja transmissão comunitária”, afirma o sanitarista.

As medidas de restrição ao convívio social, que agora deverão ser replicadas em todo o país, começaram a ser anunciadas no DF ainda em 11/03. “Por enquanto, para os casos confirmados aqui, temos certeza de que são importados ou foram adquiridos de um paciente que esteve em viagens. Para os que aguardam confirmação, não há mais essa certeza”, alerta Hage.

Na sexta-feira (20/03), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ainda antes de soltar a portaria, havia manifestado preocupação com a transmissão silenciosa. “À exceção da região Amazônica, todas as outras regiões estão fazendo aumentos sistemáticos em bloco. O que poderia ser uma região, me parece aumentando em bloco em todos os estados. Parece uma coisa vindo em relação a um cenário muito mais de característica nacional do que regional”, afirmou.

Na fase atual, de acordo com o Ministério da Saúde, as pessoas com mais de 60 devem restringir seus deslocamentos para a realização de atividades estritamente necessárias, evitando transporte coletivo, viagens e eventos com aglomeração de pessoas. Os pacientes com sintomas da doença que forem diagnosticados com a Covid-19 e, além deles, as pessoas que residem na mesma casa também estarão obrigadas a cumprir isolamento obrigatório por 14 dias.

Protocolo
Para os especialistas, seguir o protocolo é a garantia de que nem todos vão adoecer ao mesmo tempo, do contrário pode haver colapso do sistema de saúde das cidades. “É importante entender que o indivíduo assintomático é considerado o elo mais importante da cadeia de transmissão do vírus. O isolamento social, mesmo de quem não foi testado, é extremamente importante para tentar frear a disseminação”, explica a professora Flávia Gehrke, do Centro Universitário Saúde ABC.

O sanitarista Claudio Maierovitch, da Fundação Oswaldo Cruz, defende a importância dos exames nesta nova etapa. “O Brasil é muito grande e heterogêneo. É importante detectar a entrada do vírus em cada estado ou localidade. Onde há transmissão sustentada, a informação individual vai deixando de ser importante, embora os números e as características dos casos continuem sendo informações relevantes”, explica.

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