Coronavírus: chineses denunciam cremação de corpos sem registro
Trabalhadores ouvidos pela imprensa chinesa revelaram a chegada de vários corpos vindos de hospitais sem serem identificados corretamente
atualizado
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É possível que número de mortos pelo surto de coronavírus na China seja maior do que os números dados oficialmente pelas autoridades do país. Trabalhadores de crematórios na cidade de Wuhan denunciaram à imprensa que vários corpos estão sendo enviados de hospitais sem a devida identificação da doença.
Até o momento, mais de 9,7 mil pessoas foram infectadas em 21 países. Na China, o número de mortos subiu para 213, mas os temores são de que o número seja baixo demais, visto a quantidade de cremações que têm ocorrido às pressas na região, segundo informações do Daily Mail, que menciona informação dada pelo canal de notícias chinês Initium.
Segundo o jornal The Sun, a rede Initium, com sede em Hong Kong, entrevistou vários trabalhadores, que falaram sobre corpos sendo enviados sem serem identificados corretamente, principalmente sem mencionar se a morte ocorreu por infecção do vírus.
Na semana passada, o The Guardian relatou como os hospitais chineses não estavam testando pacientes para o vírus, e ao menos uma família foi pressionada a uma cremação.
Dois médicos disseram a eles que o paciente provavelmente havia contraído coronavírus, mas não forneceu a documentação.
Quarentena
A China tomou medidas extremas para impedir a propagação do vírus, incluindo uma quarentena de mais de 50 milhões de pessoas em Wuhan e na província vizinha de Hubei.
A maioria das mortes confirmadas por coronavírus foram de idosos. Segundo a Comissão Nacional de Saúde da China, 1.982 novos casos foram confirmados, elevando o total para 9.692.
Wuhan é o centro do surto, onde especialistas acreditam que o vírus foi transmitido de animais selvagens em um mercado da cidade para humanos.
A OMS, que foi criticada por subestimar a ameaça do vírus, declarou emergência de saúde internacional na quinta-feira (30/01/2020). Nesta sexta-feira (31/01/2020), o Reino Unido confirmou os primeiros dois casos. No Brasil, o Ministério da Saúde monitora 9 pacientes com suspeita da doença.