Coronavírus chega a acampamento no Everest e preocupa alpinistas
Guias profissionais temem “tempestade perfeita”, com grande circulação de pessoas, atendimento precário e sintomas confusos
atualizado
Compartilhar notícia
Mesmo no auge da pandemia na Índia e sem controle do vírus no Nepal, o país asiático voltou a permitir que alpinistas subam o Monte Everest. Porém, casos confirmados da Covid-19 no acampamento-base, na última quarta-feira (21/4), estão preocupando os interessados em escalar a montanha. Especialistas acreditam que o local possa se tornar um “super transmissor” do coronavírus.
O paciente confirmado estava com sintomas de edema pulmonar causado pela altitude, mas testou positivo para a Covid-19 após ser retirado do local de helicóptero. Apesar de ser o primeiro caso divulgado, não foi o único: segundo o jornal The New York Times, vários alpinistas tiveram que ser retirados às pressas do acampamento nos últimos dias.
Os donos das empresas que levam turistas internacionais para escalar o Everest estão preocupados, uma vez que poucos alpinistas e staff seguem as medidas de segurança. Há pessoas vindo de todo o mundo. O Nepal não exige exame negativo ou quarentena dos viajantes, e os sintomas da Covid-19 são similares aos sentidos por causa da altitude. Sem certeza do diagnóstico, muitos alpinistas contaminados podem passar o vírus para outras pessoas.
Sem controle algum por parte do governo, as empresas maiores estão cancelando os passeios. Porém, guias inexperientes e de companhias menores sem fonte de renda por causa da pandemia estão não só aceitando aventureiros, mas também organizando festas no acampamento base. O Nepal inclusive já emitiu 377 permissões para estrangeiros tentarem escalar o Everest este ano. O número é próximo ao de 2019, quando 11 pessoas morreram pela superlotação na descida do pico.
Saiba como o coronavírus ataca o corpo humano: