Coronavírus: Brasil vai esperar antes de usar remédio da malária
Secretário Denizar Vianna afirma que o Brasil produz o medicamento em laboratórios públicos, mas é preciso mais evidências científicas
atualizado
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Depois de o presidente americano Donald Trump dizer que os Estados Unidos irá acelerar o registro do medicamento hidroxicloriquina, usado para malária no tratamento do coronavírus, Denizar Vianna, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, do Ministério de Saúde, explicou que o governo brasileiro deve esperar mais estudos para decidir sobre o uso do remédio no Brasil.
“Os dados são promissores, o mecanismo pode fazer sentido, mas ainda são estudos insuficientes, feitos com poucos pacientes. Temos de ter cautela”, afirma o secretário.
Ele diz ainda que o Brasil produz o remédio em laboratórios públicos oficiais, ou seja, tem como prover o medicamento para a população caso seja necessário. “Temos relato de pessoas procurando o remédio nas farmácias, a orientação do ministério é para que não se faça isso. Precisamos de mais pesquisas para recomendar em protocolos clínicos”, diz.
A hidroxicloriquina é usada contra algumas doenças reumatológicas, lúpus e problemas de pele decorrentes da exposição solar, além da malária. De acordo com estudos feitos na China e na França, o princípio ativo teria também efetividade contra o coronavírus na maioria dos casos.
Como as pesquisas foram feitas com poucas pessoas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) está incentivando novos estudos – a Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, por exemplo, começou, na última segunda-feira (16/03) um estudo clínico com mais de mil pacientes.
O secretário-executivo João Gabbardo afirma que a pasta “está atenta”, mas, neste momento, não há evidências científicas que justifiquem a utilização do medicamento.