Copa América: OMS apela para que Brasil seja “extremamente cuidadoso”
Porta-voz disse que entidade não tem interferência em decisões de países, mas destacou risco aumentado para a realização de grandes eventos
atualizado
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Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (7/6), a Organização Mundial da Saúde (OMS) explicou que não tem o poder de persuadir nenhum país membro na tomada de decisões que influenciam a saúde pública. “Trabalhamos com a cooperação e consenso desde nossa fundação, e podemos auxiliar com a análise de riscos potenciais”, lembrou Michael Ryan, diretor de operações da entidade.
Perguntado sobre a realização da Copa América e dos riscos em relação à pandemia de Covid-19, ele lembrou que a OMS não está em posição de dizer aos países o que fazer, mas que recomenda que o Brasil seja “extremamente cuidadoso” no que classifica como gestão de riscos. Segundo ele, sempre existe a possibilidade de transmissão e aumento de casos com a realização de grandes eventos, e, portanto, todos os envolvidos na organização devem considerar os riscos.
Na semana passada, a OMS já havia declarado não ter sido consultada pelo governo brasileiro sobre a realização da Copa América no país.
Cenários
Durante a coletiva, o diretor geral da agência internacional, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que, atualmente, a pandemia se apresenta em dois cenários bem distintos. “Cada vez mais, vemos uma pandemia de duas vias: muitos países ainda enfrentam uma situação extremamente perigosa, enquanto alguns daqueles com as taxas de vacinação mais altas estão começando a falar sobre o fim das restrições sociais“.
Segundo a OMS, seis meses após o início da vacinação, temos 44% da população de países ricos vacinada, enquanto apenas 0.4%, em países pobres. “A distribuição desigual de vacinas tem permitido que o vírus continue se espalhando, aumentando as chances para o surgimento de uma variante que torne as vacinas menos eficazes”, lamentou Tedros.