Contrato impede Argentina de vender doses das vacinas de Oxford para o Brasil
As doses produzidas na fábrica da Argentina devem ser enviadas para os países vizinhos, enquanto o Brasil segue esperando liberação da China
atualizado
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Um contrato feito entre a AstraZeneca e a Argentina permite que o país produza até 100 milhões de doses do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) para a produção de vacinas contra o novo coronavírus — quantidade suficiente para suprir a demanda inicial do Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19.
Apesar da proximidade, o Brasil não pode importar a matéria-prima para que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) comece a fabricação das doses com a fórmula desenvolvida pela Universidade de Oxford com a farmacêutica. O país depende do IFA produzido na China.
Segundo explicações extraoficiais divulgadas pelo jornal Estadão, por causa da alta demanda do Brasil — que precisa de 100 milhões de doses para imunizar os quatro primeiros grupos prioritários —, ficou acertado que o país importaria os insumos da China, uma vez que o país asiático tem maior capacidade produtiva.
À Argentina coube a produção do IFA para outras 100 milhões de doses que serão destinadas para todos os outros países da América Latina que obtiveram a aprovação para o uso da vacina. Ou seja, a decisão foi tomada inicialmente com base na capacidade produtiva de cada fábrica e a logística de transporte.
Importação da China
O atraso no envio do IFA produzido na China fez com que a Fiocruz adiasse de fevereiro para março a previsão de entrega das primeiras doses da vacina produzidas no Brasil, segundo um ofício encaminhado na terça-feira (19/1) ao Ministério Público Federal (MPF).
Nessa quinta-feira (21/1), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que a entrega dos insumos “ainda não está atrasada”, uma vez que o contrato com a China prevê a data limite em 31 de janeiro, e negou problemas políticos ou diplomáticos para a liberação. A falta de insumos pode paralisar a imunização contra Covid-19 no país.