Nova pesquisa mostra consequências da Covid longa em crianças
Os sintomas da Covid longa podem afetar a qualidade de vida das crianças, com prejuízos no desempenho escolar e em atividades recreativas
atualizado
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A Covid longa pode afetar a qualidade de vida de pessoas de todas as idades por meses após a infecção do coronavírus. Uma pesquisa publicada em 7 de fevereiro na revista Pediatrics faz um panorama sobre os impactos da condição em crianças.
Liderado por pesquisadores do Hospital Infantil do Colorado, nos Estados Unidos, o artigo se baseou em vários estudos publicados sobre a Covid longa em crianças.
O que é Covid longa?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece como Covid longa a continuação ou o desenvolvimento de novos sintomas físicos em até três meses após a infecção inicial. A prevalência das sequelas em pacientes pediátricos é menos marcante do que em adultos, muitas vezes porque as crianças não conseguem expressar o que estão sentindo.
Segundo os pesquisadores, entre 10% e 20% das crianças diagnosticadas com Covid nos Estados Unidos desenvolveram Covid longa nos primeiros seis meses após a infecção aguda. Os dados oficiais d0 Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA são de que a prevalência não passa de 2%.
Sintomas da Covid longa em criança
De acordo com os pesquisadores, fadiga e mal-estar são os sintomas mais comuns da Covid longa em crianças. Eles podem ser acompanhados por fraqueza, dor de cabeça, falta de ar, dificuldades de concentração/nevoeiro cerebral, sonolência ou humor deprimido. Em crianças, os sintomas e geralmente são desencadeados após atividades físicas e/ou cognitivas.
A condição vem sendo chamada de mal-estar pós-esforço (PEM) e pode impedir que as crianças participem de atividades escolares ou recreativas.
“O mal-estar pós-esforço é a piora dos sintomas e da função de um paciente após exposição a estressores físicos, cognitivos, emocionais ou ortostáticos que, normalmente, eram tolerados antes do início da doença. PEM é uma exacerbação ou recaída dos sintomas que ocorre como consequência da atividade de esforço”, explicam os autores da pesquisa.
A maioria dos sintomas melhora antes de um ano, mas alguns casos podem persistir por mais tempo ou desencadear problemas respiratórios e cardiovasculares persistentes. Os pesquisadores consideram ainda a possibilidade de um diagnóstico de diabetes e outras doenças autoimunes também após uma infecção por Covid, em casos muito mais raros.
Ainda sem tratamento disponível para Covid longa, os pais devem ficar atentos a mudanças no comportamentos das crianças e procurar ajuda especializada.
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