Confira cinco mitos que circulam por aí sobre parto normal e cesárea
A decisão sobre o tipo de parto deve ser uma escolha da mãe, estando bem informada e aconselhada por seu obstetra
atualizado
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A gravidez é um período no qual a mulher precisa estar bastante informada sobre as transformações pelas quais seu corpo está passando. São muitas e, naturalmente, há dúvidas e curiosidades. Além dos exames de rotina do pré-natal, a gestante e seu obstetra devem conversar e planejar o nascimento do bebê. O tipo de parto é uma das decisões fundamentais a serem tomadas.
De acordo com os últimos dados disponíveis do Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou 2,7 milhão de partos no país em 2017, sendo 58% normais e 42% cesarianas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil ainda detém a segunda maior taxa de cesáreas do planeta, somente atrás da República Dominicana.
O ginecologista e obstetra do Centro de Medicina Fetal (Cemefe) Matheus Beleza acredita que o Brasil vive um momento em que os profissionais de saúde entenderam a importância de debater as opções para o parto. “É no pré-natal que todas as dúvidas e possibilidades devem ser discutidas entre a mãe e um profissional de confiança, de modo que as expectativas estejam alinhadas com a realizada para evitar possíveis frustrações”, afirma.
O “tipo de parto” deve respeitar o desejo da mãe, levando em conta, principalmente, a segurança e saúde dela e do bebê. O ginecologista algumas informações do senso comum que não possuem embasamento científico. Veja:
Uma vez cesárea, sempre cesárea: MITO
Ainda que tenha tido uma cesárea anterior, a mulher pode optar pela realização de um parto normal na gestação seguinte. Em geral, os médicos orientam um intervalo de dois anos entre a cesárea e a nova gestação com objetivo de diminuir possíveis riscos.
“Minha mãe ou as mulheres da minha família tiveram cesárea, a minha será também”: MITO
A via de parto é uma decisão individual que não tem a ver com hereditariedade. Ao longo do pré-natal, as opções devem ser discutidas com o obstetra. Caso a gestante apresente alguma condição em que a cesárea seja necessária, ela será indicada pelo médico.
“Se meu parto for via vaginal, terei alta do hospital antes”: MITO
Em geral a alta hospitalar é de 48h para ambos independente do tipo de parto. Os médicos avaliam o bem estar da mãe e do bebê, fazem os primeiros exames obrigatórios no recém-nascido, auxiliam na amamentação, além de passar orientações gerais.
Os partos vaginais necessitam de medicação para estimular ou aumentar as contrações: MITO O uso de medicamentos que iniciam ou estimulam as contrações possui indicação prevista na literatura médica para casos específicos. Significa que são utilizados apenas quando necessário. Essa e outras decisões e orientações devem ser conversadas com a gestante.
Em todos os partos pela via vaginal é necessário fazer um corte para aumentar a passagem: MITO
A chamada “episiotomia” consiste em um pequeno corte na região vulvar realizado apenas para casos necessários no momento do parto. O objetivo é proteger possíveis lacerações graves com a passagem do bebê pelo canal vaginal. Apesar de ter sido amplamente utilizado no passado, suas indicações são restritas.