Confira 5 métodos anticoncepcionais em desenvolvimento para homens
O controle da reprodução não deve ser uma responsabilidade apenas das mulheres. Veja contraceptivos masculinos em desenvolvimento
atualizado
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A prevenção de uma gravidez indesejada não deve ser uma responsabilidade exclusiva das mulheres. Afinal, são elas que enfrentam os efeitos colaterais dos métodos contraceptivos mais seguros, como as pílulas anticoncepcionais, para ter o controle sobre quando e quantos filhos ter ou não ter. O ideal é que os homens pudessem ter alternativas para assumirem também a responsabilidade.
Atualmente, as opções de anticoncepcionais para homens são limitadas, mas há novidades sendo preparadas para um futuro próximo. “É importante o homem não atribuir a responsabilidade sexual exclusivamente para a mulher. Mas, no mercado, temos poucos métodos contraceptivos para eles. A vasectomia, por exemplo, é uma boa alternativa, mas sua reversão nem sempre é possível, o que torna a cirurgia, em muitos casos, definitiva”, afirma o urologista João Brunhara, do Hospital Israelita Albert Einstein, co-fundador da platafroma Omens.
Os urologistas João Brunhara e Mario Fernandes Chammas, do Hospital DF Star, destacam cinco métodos contraceptivos masculinos, que estão em desenvolvimento e podem revolucionar a prevenção contra a gravidez indesejada.
1. Risug
O risug é uma injeção aplicada no canal deferente, parte do pênis por onde o esperma passa. A substância é um polímero que atrapalha a formação da calda dos espermatozoides, impedindo que eles sejam capazes de nadar. Isso pode diminuir a chance de gravidez em até 97% e interromper a capacidade reprodutiva do usuário do método por até 10 anos.
Caso o paciente queira reverter a infertilidade, os médicos aplicariam uma solução de bicarbonato de sódio e água no canal deferente do paciente, o que dissolveria o polímero administrado. O risug será aplicado com anestesia e estima-se que ele chegue ao mercado ainda neste ano.
2. Pílula
Os pesquisadores da Universidade Cornell, dos Estados Unidos, estão desenvolvendo uma pílula anticoncepcional masculina que desativa os espermatozoides. “A pílula TDI-11861 age como antagonista da vitamina A, bloqueando os hormônios responsáveis pela produção dos gametas masculinos”, afirma Chammas.
A ideia é tomar o medicamento 30 minutos antes da relação sexual para interromper a liberação dos espermatozoides. Por não ser hormonal, a pílula não influencia na testosterona, ou seja, na libido do paciente.
O teste em camundongos mostrou que o efeito durou cerca de três horas e, em 24 horas, seus efeitos desapareceram. A pílula, no entanto, está prevista para chegar ao mercado apenas na próxima década.
3. Gel aplicado nos ombros
“Os estudos científicos estão bem avançados em relação ao uso de um gel que possui um tipo sintético de progesterona (nestorona) associado a testosterona, que pode ser aplicado nos ombros ou braços dos homens diminuindo a produção de espermatozoides”, diz Chammas.
Brunhara, porém, alerta para os possíveis efeitos colaterais desse método, como a baixa libido. “O gel é absorvido pela pele e depois cai na corrente sanguínea, mas, ainda que os cientistas apontem 99% de eficácia, é perigoso manipular hormônios. Além da baixa libido, o produto pode causar ganho de peso”, pondera.
4. Novo método de vasectomia
A vasectomia tradicional nem sempre oferece a chance de reversão e, muitas vezes, acaba sendo um método definitivo. A empresa Contraline, portanto, desenvolveu um gel que pode ser injetado no ducto deferente, com a ideia de modernizar a cirurgia contraceptiva.
Assim como a vasectomia tradicional, o gel vai bloquear a passagem do esperma. A diferença é que a substância, com o tempo, se dissolve. O método da Contraline encontra-se em fase de testes e os participantes do estudo serão avaliados nos próximos três anos.
5. Banheira quente
A designer alemã Rebecca Weiss criou o protótipo contraceptivo portátil com a aparência de uma pequena banheira, chamada de Coso. A ideia do método é banhar os testículos em água quente e expor eles a ondas de ultrassom emitidas pelo dispositivo, o que, em tese, interromperia a produção de espermatozoides por até duas semanas.
“O testículo é muito termosensivel. Ele tem uma temperatura inferior ao corpo. Colocá-los em alta temperatura, de forma recorrente, associando a exposição à ondas de ultrassom, pode inibir a produção de espermatozoides alem alterar sua mobilidade habitual. Apesar de estar em fase inicial esse método pode ter a vantagem de ser reversível e menos agressivo”, afirma Chammas.
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