Compulsão sexual pode ser sinal para transtorno bipolar, diz estudo
Estudo diz que a compulsão sexual pode servir como sinal de alerta para problemas de saúde mental, como o transtorno bipolar
atualizado
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A compulsão sexual, ou hipersexualidade, é um comportamento compulsivo e obsessivo que envolve a sexualidade, e pode afetar negativamente a saúde, trabalho e relacionamentos. Um novo estudo diz que o problema pode ser um sinal de alerta precoce de um problema de saúde mental, como o transtorno bipolar.
A pesquisa, feita pela instituição de caridade Bipolar UK, do Reino Unido, revelou que quase 90% das pessoas com bipolaridade sofrem com períodos de hipersexualidade, mais comumente conhecidos como dependência sexual.
Transtorno hipersexual e bipolaridade
Pessoas com transtorno hipersexual possuem comportamento compulsivo que podem incluir atos sexuais repetitivos, consumo de filmes pornográficos e fantasias sexuais intensas. A doença pode levar o indivíduo à perda da vida social.
“Essas descobertas são um passo importante na compreensão dos desafios enfrentados pelas pessoas que vivem com bipolaridade”, disse Clare Dolman, principal pesquisadora e copresidente da Comissão Bipolar.
De acordo com o diretor executivo da Bipolar UK, Simon Kitchen, o transtorno bipolar é um problema de saúde mental que causa alterações extremas de humor, sendo uma condição de saúde mental complexa caracterizada por longos períodos de altos extremos e baixos depressivos.
“Atualmente, leva em média 9,5 anos para obter um diagnóstico depois de informar um profissional de saúde sobre os sintomas. Não existe uma abordagem única quando se trata de tratar a doença bipolar, mas a medicação, o apoio e as estratégias de autogestão são fatores de proteção essenciais”, explicou Simon.
Condição pode levar a situações perigosas
Foram entrevistadas 1.500 pessoas que vivem com transtorno bipolar para descobrir mais sobre suas vidas sexuais. A pesquisa descobriu que mais de 88% tinham tido sintomas de compulsão sexual.
Além disso, 54% dos entrevistados experimentaram mais de oito períodos de comportamento hipersexual, chegando a durar um mês ou mais.
Eles afirmaram também que os impulsos sexuais os colocaram em situações potencialmente perigosas. Alguns deles relataram ter contraído uma infecção sexualmente transmissível (IST), e outras 19% disseram ter resultado em uma gravidez não planejada.
Cerca de 22% dos entrevistados revelaram ter sofrido abuso sexual durante um quadro de hipersexualidade e mais de um terço disse ter sofrido alguma forma de agressão sexual.
O CEO da Bipolar UK, alerta que é crucial reconhecer os sintomas para que sejam tomadas medidas para se proteger e melhorar a qualidade de vida.
“A mensagem que queremos passar a qualquer pessoa que esteja lutando contra os sintomas, incluindo o comportamento hipersexual, é que, com o tratamento e apoio adequados, é possível ter uma qualidade de vida mesmo com a doença”, afirmou.
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