Os vapes ganharam popularidade se vendendo como menos prejudiciais à saúde e, por não terem cheiro e nem fumaça, acabaram sendo mais toleráveis do que os cigarros tradicionais. Para além do marketing, a vida real e a ciência já demonstraram que os cigarros eletrônicos trazem diversos danos à saúde, como doenças pulmonares graves e inflamações irreversíveis, além de afetarem a saúde bucal.
Os cigarros eletrônicos podem levar a danos na boca que são até maiores que os do tabaco. “Existem riscos de bruxismo e apertamento dentário que não eram conhecidos no uso do cigarro. Além disso, eles podem levar a danos específicos referentes à inalação de vapor que podem diminuir o fluxo sanguíneo nos tecidos bucais, prejudicando a saúde das gengivas e dos dentes”, resume a dentista Maria Letícia Bucchianeri, coordenadora do curso de Odontologia da Faculdade Aria, no Distrito Federal.
O uso excessivo do vape pode levar à perda dos dentes e aumenta o risco do câncer de boca. Primeiro, o vapor já traz prejuízos, afetando o esmalte dos dentes e diminuindo a quantidade de saliva disponível na boca.
“Devido ao alto teor de açúcar e à consistência viscosa do vapor, resíduos são depositados nos dentes, tornando-os mais sensíveis. Isso afeta o paladar, o olfato, causa desidratação e ainda potencializa os riscos de cáries”, explica o dentista João Piscinini, especialista em Saúde Coletiva da Neodent, marca de suplementos dentários.
As alterações na microbiota bucal tornam a saliva uma mistura corrosiva que afeta a saúde dos dentes e da gengiva.
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Cada vez mais popular no Brasil, o vape, cigarro eletrônico ou e-cigarrette tem se tornado um verdadeiro fenômeno entre os jovens. O produto, geralmente, tem aparência semelhante a de um cigarro comum, mas também pode ser encontrado em formato de pen drive ou caneta
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Em uma embalagem colorida, com sabores diferentes, sem o cheiro ruim do cigarro tradicional e com uma grande quantidade de fumaça, os produtos são muito comuns, especialmente, entre pessoas de 18 a 24 anos, apesar de serem proibidos no Brasil
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No geral, o produto é composto por bateria, atomizador, microprocessador, lâmpada LED e cartucho de nicotina líquida. Esses mecanismos são responsáveis por aquecer o líquido que produz o vapor inalado pelos usuários
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Apesar de serem bastante usados no mundo inteiro e, inicialmente, tenham sido introduzidos no comércio como uma alternativa para os cigarros comuns, os vapes são perigosos para a saúde, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM)
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Os médicos afirmam que os cigarros eletrônicos são “uma ameaça à saúde pública” e oferecem ainda mais riscos do que os cigarros comuns, além de serem porta de entrada dos jovens no mundo da nicotina
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Esses especialistas afirmam que o filamento de metal que aquece o líquido é composto de metais pesados que acabam sendo inalados, como o níquel, substância cancerígena
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Ainda segundo os especialistas, o líquido produzido pelo cigarro eletrônico tem pelo menos 80 substâncias químicas consideradas perigosas e responsáveis por reforçar a dependência na nicotina
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Além disso, o uso diário de cigarros eletrônicos causa estado inflamatório em vários órgãos do organismo, incluindo o cérebro. Novas pesquisas indicam que a utilização também pode desregular alguns genes e fazer com que o usuário desenvolva uma condição chamada EVALE, lesão causada pelo produto nos pulmões
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O neurologista Wanderley Cerqueira, do Hospital Albert Einstein, explica que os efeitos no usuário variam dependendo da nicotina e dos sabores líquidos, que influenciam a forma como o corpo responde às infecções. Segundo ele, vapes de menta, por exemplo, deixam as pessoas mais sensíveis aos efeitos da pneumonia bacteriana do que outros aromatizantes
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O especialista alerta que as células imunológicas parecem ser desativadas à medida que os pulmões são continuamente encharcados com produtos químicos. Esse processo enfraquece as defesas do organismo contra ameaças como pneumonia ou câncer
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Ainda segundo o médico, mesmo os vapes sem sabor são perigosos. Isso porque eles possuem outros aditivos químicos em sua composição, como propilenoglicol, glicerina, formaldeído e a própria nicotina, que causa câncer
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Uma pesquisa da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, encontrou níveis perigosos de toxinas em produtos usados para conferir sensação mentolada em cigarros eletrônicos. Foram verificados problemas em várias marcas dessas substâncias mas, principalmente, na Puffbar, uma das mais populares do mundo
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Os cientistas encontraram níveis das toxinas WS-3 e WS-23 acima dos considerados seguros pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no fluido do produto. Dos 25 líquidos analisados, 24 tinham WS-3, por exemplo
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As substâncias são usadas em aditivos alimentícios para dar o “frescor” do mentolado sem o sabor de menta, mas não devem ser inaladas. Elas são encontradas também em produtos nos sabores de manga ou baunilha
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O uso de vapes também danifica as papilas gustativas que ficam na superfície da língua, o que compromete a capacidade de sentir gostos. As gengivas se retraem, expondo a raiz do dente, o que aumenta a chance de cáries graves e pode levar até a perda dos dentes.
O uso do vape também pode causar transtornos como o bruxismo – hábito de ranger os dentes, já que a nicotina é um estimulante muscular e incentiva este movimento. Os vapes com nicotina podem levar os fumantes a consumir de três a seis vezes mais nicotina do que os cigarros convencionais.
Danos dos vapes e dos cigarros à saúde bucal:
Diminuição da produção de saliva;
Ressecamento das mucosas bucais;
Escurecimento dos dentes e gengivas;
Alteração do paladar;
Maior risco de surgimento de cáries e doenças periodontais;
Mau hálito;
Bruxismo e apertamento dentário;
Risco aumentado de câncer de boca, língua, lábios, de glândulas salivares, entre outros.
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