metropoles.com

Especialista explica as 4 fases da separação e ensina como superá-las

Para alguns, fim de um relacionamento pode ser muito difícil. Especialistas aconselham a ver a separação com um processo de quatro etapas

atualizado

Compartilhar notícia

Rubberball/Mike Kemp/Getty Images
bolo de casamento partido ao meio indicando um divórcio
1 de 1 bolo de casamento partido ao meio indicando um divórcio - Foto: Rubberball/Mike Kemp/Getty Images

Discussões constantes, frieza ou indiferença crescente: mudanças no relacionamento, perceptíveis há meses ou anos, acabam muitas vezes na separação.

Quem é deixado vive a separação de forma diferente do que daquele que toma a decisão de colocar um ponto final na relação. Para muitos, o fim de um relacionamento é o início de uma fase dolorosa. Afinal de contas, não se trata apenas da perda de uma pessoa importante: “Todo um projeto de vida fracassou”, diz a psicóloga e psicoterapeuta Doris Wolf.

O choque e a perplexidade são substituídos por um espírito de luta e, às vezes, por tentativas humilhantes de reconquista. A tristeza, o desespero, os sentimentos de culpa, a amargura e a raiva criam um caos emocional vertiginoso.

Segundo especialistas, esse caos pode ser classificado e categorizado em determinadas fases. “É muito útil para os afetados saberem que esse é um processo que tem um fim”, afirma Wolf.

As quatro fases enfrentadas por quem sofre com o fim de um relacionamento são:

  • não querer aceitar o rompimento;
  • confusão de sentimentos;
  • reorientação;
  • perspectivas para o futuro.

Cada fase é caracterizada por determinados estados emocionais. “Isso pode ajudar quem sofre a entender que o que estão passando é normal. E a reconhecer quando estão presas em alguma fase e não conseguem mais seguir em frente”, acrescenta a especialista.

1. Não querer aceitar o rompimento

Continuar ligando, prometer que tudo será diferente de agora em diante, ficar mais carinhoso e amoroso, sexo apesar do término: ou seja, fazer qualquer coisa para salvar o relacionamento.

É a sensação de impotência e a perda total de controle que levam algumas pessoas a fazer de tudo para tentar preservar o relacionamento, explica Wolf. “O perigo de se humilhar nessa fase é muito grande.”

A negação da separação pode ser tão grande que o abandonado prefere inventar uma viagem de negócios interminável ou uma mãe que precisa de cuidados do que falar abertamente com amigos e parentes sobre o fim do relacionamento.

Wolf aconselha quem passa por essa fase a jogar fora tudo que lembre o ex. “Se apenas olhar para a espuma de barbear já causa desespero, é importante se proteger. Guardar as lembranças e contar aos outros sobre a separação também ajudam a aceitar a realidade como verdadeira. Acabou.”

2. Confusão de sentimentos

Todas as súplicas, pedidos e tentativas de aproximação foram em vão, a pessoa amada se foi e não volta mais. Não há como escapar do que vem a seguir, diz Wolf. “Agora vem a dor, a solidão, o medo, a raiva, a dúvida e a culpa.”

Parece brutal. E é mesmo. Separações não são incomuns e muitos passam por várias no decorrer de suas vidas. No entanto, não são triviais. Segundo Wolf, não são todos que superam bem o fim de um relacionamento. A depressão ou transtornos de ansiedade podem ser uma consequência.

Para evitar que isso aconteça, é importante, nessa fase, se permitir lidar com os sentimentos que surgem, diz a psicoterapeuta. Em vez de se cobrar para continuar vivendo normalmente, é importante encontrar um canal para as emoções: escrever um diário, conversar com seus amigos ou procurar ajuda profissional.

Lidar com as emoções é muito mais difícil do que entorpecê-las com o uso de drogas, sexo ou muito trabalho.

Quanto de confronto com o problema é necessário? Quantos momentos de distração são importantes? Wolf aconselha seus pacientes a dedicaram um tempo diário para trabalhar as emoções e, com a mesma consciência, se concentrar para seguir em frente.

Afinal de contas, a vida tem de continuar de alguma forma. A raiva pode ser útil nesse caso. “A raiva geralmente vem depois e é um sinal importante”, diz Wolf. “Quem tem raiva quer fazer algo e se sente menos desamparado.”

3. Reorientação

De uma hora para a outra, se percebe não somente que a vida continua, mas também que ela pode ser boa novamente. Você se dá conta do quanto negligenciou os amigos durante o relacionamento, embora eles sejam muito importantes.

A raiva pode ajudar a se lembrar de você mesmo. Nas duas primeiras fases, todos os pensamentos e sentimentos giram em torno da pessoa perdida. “Mas agora, de repente, há momentos em que esqueço que estou separado”, diz Wolf.

Nessa fase, muitos já estão buscando o próximo relacionamento. Muito cedo, segundo Wolf. “O processo de entender os motivos que levaram ao rompimento só acontece nessa fase. O perigo de cometer os mesmos erros novamente no novo relacionamento é grande.”

4. Perspectivas futuras

“A separação foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido!” Doris Wolf ouve essa frase de pacientes que ela acompanhou durante o processo pós-separação.

Aceitar a separação, ficar de luto e com raiva e, finalmente, refletir sobre a parceria que acabou pode levar qualquer um que antes estava desesperado a perceber que as emoções fortes ficaram no passado. E mesmo que alguns rompimentos sejam osso duro de roer, chegou a hora de tentar de novo.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?