Como proteger as crianças do novo coronavírus na volta às aulas?
Infectologista faz recomendações para que situações típicas do ambiente escolar sejam mais seguras para os estudantes
atualizado
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Depois de seis meses longe das salas de aula, estudantes da educação infantil e do ensino fundamental retornaram às escolas do Distrito Federal na segunda-feira (21/9). Alguns colégios particulares preferiram adiar a retomada das aulas presenciais.
A decisão de mandar os filhos para a escola ainda gera muita insegurança entre os pais, que reconhecem a importância do ensino presencial mas têm dúvidas sobre os riscos de contágio.
A médica infectologista Ana Helena Germoglio, do Hospital Águas Claras, explica que para um retorno o mais seguro possível, as crianças devem ser conscientizadas sobre a importância de lavar as mãos, manter o distanciamento social e usar corretamente as máscaras de proteção.
Chegada e saída da escola
Se houver aglomeração na porta de entrada, os pais e responsáveis devem procurar manter o distanciamento.
Idas ao banheiro
A limitação do número de alunos nas escolas contribui naturalmente para que o fluxo de idas ao banheiro diminua. Tão importante quanto a higiene frequente dos banheiros, com produtos que eliminam o vírus, é orientar as crianças sobre a lavagem das mãos.
Intervalo
O ideal é que as escolas façam intervalos por turmas para evitar a presença de muitas pessoas em um ambiente comum. Ao fazerem as refeições, os estudantes devem seguir as orientações de distanciamento mínimo já adotadas por restaurantes e refeitórios, com as pessoas sentando a 1,5 metro umas das outras.
“Para as crianças menores, que ainda não conseguem se alimentar sozinhas, é mais complicado porque elas vão precisar do auxílio de funcionários. Por isso é importante fazer a divisão de horário entre as turmas”, destaca Ana Helena.
Bebedouro
A infectologista lembra que desde antes da pandemia os bebedouros em que as crianças precisam aproximar a boca já não eram considerados adequados. “O indicado é que todo mundo leve e abasteça a sua própria garrafinha.”
Limpeza do material escolar
A médica lembra que não existe comprovação científica de que objetos sirvam como foco infeccioso e afirma que, mais importante do que higienizar o material escolar, é ter consciência de limpar as mãos com frequência.
Brinquedos
Tanto os brinquedos das crianças quanto os das escolas devem ser sempre higienizados antes e após o uso. Para impedir a contaminação, algumas instituições proibiram que itens assim sejam levados para a aula.
Hora da soneca
Na educação infantil são comuns intervalos entre as aulas para que as crianças possam dormir. Com a pandemia do novo coronavírus, esse hábito deve passar por adaptações a fim de evitar focos de contaminação, uma vez que não é indicado dormir usando máscara.
“O ideal é colocar menos crianças por sala de repouso e manter a ventilação. Para isso é importante reduzir ainda mais a quantidade de crianças por sala”, sugere Ana Helena.
Uso de máscara
O uso de máscara deve ser constante e as crianças que, por algum motivo, não podem utilizá-la devem ter atenção especial dos pais e professores.
A máscara só não deve ser usada por crianças menores de 2 anos que tenham alguma dificuldade motora, síndrome de Down, ou alguma outra dificuldade de adaptação ao utensílio.
Observação de sintomas
A ida à escola deve ser suspensa ao primeiro sinal ou sintoma sugestivo de Covid-19. Caso a criança já esteja no ambiente escolar quando apresentar febre, coriza, tosse ou algum dos demais sintomas relacionados à infecção, deve ser afastada imediatamente da sala de aula e encaminhada para a enfermaria ou para uma sala separada. Os responsáveis devem buscá-la e seguir as orientações do pediatra.
Transporte escolar
Assim como no transporte público, as crianças devem estar sempre de máscara. Os vidros precisam ficar abertos para aumentar a ventilação e o interior do veículo deve ser sempre higienizado.