metropoles.com

Como o Reino Unido está se preparando para a reabertura

Com pouco mais de 60% da população vacinada, bloco de países começa a implementar medidas para que população retome a vida normal

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Richard Baker/GettyImages
Mulher passeia de máscara ao lado do memorial da covid, em Londres
1 de 1 Mulher passeia de máscara ao lado do memorial da covid, em Londres - Foto: Richard Baker/GettyImages

Na próxima segunda-feira (12/4), o Reino Unido começará uma nova fase na pandemia do coronavírus. Com cerca de 70% dos habitantes imunizados – entre os vacinados e os que foram infectados pela Covid-19 -, a população que está em lockdown desde janeiro poderá, finalmente, ir ao salão de beleza ou tomar uma cerveja na área externa dos pubs.

Entre os países mais afetados pelo coronavírus, o Reino Unido se prepara para abrir a economia após uma expressiva redução na curva de casos e óbitos provocados pela Covid-19. De acordo com dados da última quarta (7/4), o país registrou uma média móvel de 30 óbitos diários e 2.762 novos casos. Quanto à vacinação, 60,4% da população já recebeu a primeira dose e cerca de 11% tomou o reforço até o momento. Cerca de 90% dos idosos com mais de 90 anos já estão imunizados.

A população da Inglaterra, um dos países que fazem parte do Reino Unido, também poderá fazer dois testes de Covid-19 por semana, de maneira gratuita. Como no PCR, é preciso recolher material da garganta ou do nariz, e os resultados são fornecidos em 30 minutos.

Porém, apesar de os números serem otimistas, os especialistas acompanharão detalhadamente o desenrolar da retomada. A preocupação é que o vírus possa voltar a circular pois as pessoas transitam entre locais onde há muitos vacinados e outros onde essa ainda não é a realidade.

Não se sabe como os moradores do Reino Unido vão agir durante a abertura, e nem como o coronavírus se comportará. O país também está atento para o surgimento de novas variantes que possam dificultar o rastreamento de novos casos.

Certificado de imunidade 

Boris Johnson, primeiro-ministro da Inglaterra, estuda a criação de um certificado de imunidade para quem tomar as duas doses da vacina ou tiver se curado da Covid-19 nos últimos meses. A ideia é que, antes de entrar em grandes shows, casas noturnas ou eventos esportivos, o espectador apresente o passaporte. Há uma discussão sobre estender a obrigatoriedade também para pessoas que frequentam pubs fechados, mas a permissão para esse tipo de estabelecimento só deve ser concedida na metade de maio.

A medida não está sendo bem vista, uma vez que parte da população e dos deputados do Parlamento britânico teme que se crie um ambiente discriminatório para pessoas que não possam ter o documento.

As viagens internacionais também seguem proibidas. O passageiro que quiser entrar no Reino Unido precisa cumprir quarentena de 14 dias em um hotel.

A opinião do especialista em saúde pública e ex-diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Claudio Maierovitch, sobre a retomada britânica é cautelosa. Segundo ele, as medidas de abertura precisam ser definidas e acompanhadas com cuidado, já que o coronavírus está longe de ser controlado. “Só consigo imaginar uma abertura segura depois que as vacinas começarem a ser aplicadas em crianças e adolescentes, pois elas são um contingente enorme de pessoas nas quais o vírus pode continuar a circular”, explica.

O especialista lembra ainda que não se sabe se as vacinas impedem que os imunizados transmitam o coronavírus. Sem essa informação até eventos controlados poderiam ser um risco para a disseminação da doença. “Acho temerário tudo que promova aglomeração e não seja essencial para o funcionamento do país. Entendo que shows, campeonatos esportivos e eventos religiosos deveriam continuar cancelados”, diz.

Bolha entre países

A Austrália e a Nova Zelândia, duas ilhas que adotaram medidas severas de restrição de circulação na fronteira, já vivem relativamente livres da Covid-19 há alguns meses.

Na Nova Zelândia, os salários da primeira-ministra Jacinda Arden, dos ministros e de alguns funcionários públicos foram cortado em 20% em seis meses, só serviços essenciais funcionaram e foram feitos lockdowns intensos. O governo ajudou financeiramente a população carente e, praticamente, zerou os novos casos da Covid-19.

Tudo isso antes da vacina: a imunização em massa só deve começar no segundo semestre de 2021. Até o momento, apenas profissionais de saúde da linha de frente, trabalhadores de hotéis de fronteira onde ficam os viajantes de quarentena e seus familiares estão recebendo o imunizante.

Na Austrália, além do monitoramento de casos na fronteira, nenhum passageiro ou tripulação de cruzeiro pode desembarcar, a população foi obrigada a usar máscaras, as aglomerações foram proibidas e o governo usou o lockdown para controlar a transmissão em alguns locais. Sem casos registrados, a vida lá já está voltando ao normal: no final de março, 70 mil pessoas assistiram, em um estádio, a um jogo de rúgbi, e shows com 13 mil pessoas já foram realizados.

Os dois países começaram, na última terça (6/4), uma bolha que permite viagens entre as nações sem necessidade de quarentena ou exame de coronavírus negativo. Até o momento, a permissão era unilateral, só a Austrália recebia viajantes da Nova Zelândia sem o protocolo. Segundo Ardern, os passageiros devem usar máscara no avião, e o corredor aéreo será interrompido em caso de novos surtos do vírus. Viajantes de outros países ainda precisam fazer quarentena na chegar ao país.

5 imagens
1 de 5

Moises Dias/Metrópoles
2 de 5

Moises Dias/Metrópoles
3 de 5

Moises Dias/Metrópoles
4 de 5

Moises Dias/Metrópoles
5 de 5

Moises Dias/Metrópoles

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?