Infecção silenciosa: saiba como o HPV pode se manifestar no corpo
Na maioria dos casos, o contágio não dá sinais ou eles são sutis. Vacina do SUS passou a ser dada em dose única e protege da doença
atualizado
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O papilomavírus humano (HPV) é uma ameaça silenciosa. A infecção causa 99% dos casos de câncer de colo de útero e também está relacionada a outros seis tipos de tumores (ânus, vulva, vagina, pênis, boca e garganta). Sua presença no organismo, porém, muitas vezes não é notada.
O HPV é uma família de vírus com mais de 200 tipos. Eles são contraídos quando há contato da pele ou das mucosas genitais com o vírus. Ou seja, a penetração não é a única forma de contaminação: masturbação, sexo oral, compartilhamento de roupas íntimas e até o uso de banheiros mal higienizados podem propiciar a infecção.
Na maioria dos casos, o vírus fica no organismo de forma latente, causando micro inflamações e lesões que facilitam o surgimento dos tumores.
“A maioria dos vírus que causam sintomas são os tipos 6 e 11 do HPV, que não são tão relacionados aos tumores malignos. Os tipos potencialmente cancerígenos podem ou não resultar em sintomas, por isso a vacinação é tão importante e quanto maior a proteção das vacinas, melhor”, explica o infectologista Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Veja sinais de infecção pelo HPV
Verrugas genitais
São o sintoma mais clássico da infecção. Conhecidas popularmente como cristas de galo, são um acúmulo de pele ressecada na região genital. Em geral, ficam próximas aos grandes lábios em mulheres e à glande em homens.
Coceiras e ardência
As regiões próximas às feridas podem apresentar coceiras, ardências ou incômodos, o que ajuda no diagnóstico eventual de lesões internas.
Lesões
Em homens, podem surgir manchas e feridas no pênis, na bolsa escrotal, no ânus, na boca ou na garganta. Nas mulheres, as feridas são menos comuns, mas as manchas são comuns.
Verrugas na boca
O aparecimento verrugas na língua, na garganta, no céu da boca e nos lábios também podem estar associados a um caso de HPV.
É importante estar atento aos sinais e monitorá-los mesmo que os sintomas passem, já que em 90% dos casos eles desaparecem naturalmente, mas o risco aumentado de câncer permanece.
Ausência de sintomas visíveis pode ser preocupante
Os tipos de HPV que manifestam sintomas visíveis são os menos cancerígenos, mas a presença deles não exclui a possibilidade de se ter os que causam lesões internas e são mais associados aos tumores.
Os sinais costumam aparecer entre dois e oito meses após a infecção ou em períodos em que a imunidade do corpo está mais baixa.
O uso de preservativos reduz drasticamente as chances de contato com o vírus, mas a prevenção mais eficiente é a vacinação em jovens, preferencialmente antes de se tornarem sexualmente ativos.
Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina passou a ser oferecida em dose única no início deste mês para a prevenção de quatro tipos de HPV (os mais silenciosos e potencializadores dos riscos de câncer). Ela é dada para meninos e meninas na faixa etária entre 9 e 19 anos.
Vítimas de abuso sexual, pessoas que vivem com HIV, transplantados ou pacientes oncológicos entre 9 e 45 anos também podem tomar o imunizante. Na rede privada, qualquer pessoa com menos de 45 pode recorrer à vacina.
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