Estudo mostra como evitar efeito rebote após parar de usar Ozempic
Pesquisadores analisaram impacto do estilo de vida no reganho de peso entre voluntários um ano após a interrupção do tratamento
atualizado
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Medicamentos como Ozempic, Wegovy, Saxenda e Mounjaro se popularizaram entre as pessoas em busca da perda de peso. O emagrecimento costuma ser rápido mas, quando o uso é suspenso, aparece o efeito rebote. Estudos sugerem que, ao interromper as injeções, o paciente recupera até dois terços do peso perdido em apenas um ano.
Uma pesquisa feita na Universidade de Copenhague, na Dinamarca, afirma que o efeito rebote pode ser evitado caso a utilização das injeções seja combinada com um programa de exercícios supervisionados. O estudo foi publicado na revista Lancet eClinicalMedicine, na última segunda-feira (19/2).
Segundo os pesquisadores, pacientes que conseguem encaixar os exercícios na rotina conseguem manter a perda de peso após a interrupção dos remédios.
“Mesmo que o tratamento médico para a obesidade seja eficaz, as pessoas que param de tomar os medicamentos têm dificuldade em manter os efeitos benéficos. O nosso estudo mostra que quem se exercita durante o período no qual usa a medicação não tem a mesma propensão para ganhar peso após o fim do tratamento”, afirma o cientista e biomédico Simon Birk Kjær Jensen, da Universidade de Copenhague.
O estudo é o primeiro a comparar diretamente as alterações do peso corporal apenas com intervenções farmacêuticas, com exercícios físicos ou com a combinação dos dois tratamentos.
Efeito rebote após uso de medicamentos para perda de peso
O experimento envolveu 109 adultos com idades entre 18 e 65 anos e índice de massa corporal (IMC) inicial de 23 a 43. Eles foram divididos aleatoriamente em quatro grupos.
O primeiro seguiu um plano de perda de peso de um ano apenas com injeções de liraglutida (ingrediente ativo presente no Saxenda). O segundo grupo recebeu liraglutida e prarticou exercícios moderados a vigorosos supervisionados durante duas horas por semana. O terceiro grupo foi submetido apenas a exercícios supervisionados. E o quarto e último grupo não realizou nenhum plano específico de perda de peso.
Os participantes voltaram para avaliação um ano após o fim do estudo. Os que fizeram o tratamento combinado com exercícios físicos apresentaram os melhores resultados. A maioria deles conseguiu manter uma perda de pelo menos 10% do peso inicial um ano após a interrupção do tratamento. Eles pesavam, em média, 5 quilos a menos do que as pessoas do grupo que recebeu apenas liraglutida.
Os que receberam apenas a liraglutida recuperaram aproximadamente dois terços do peso perdido inicialmente, cerca de 6 quilos a mais do que os pacientes que fizeram apenas exercícios físicos supervisionados.
De acordo com os pesquisadores, os resultados mostraram que, embora a liraglutida possa levar a perdas de peso comparáveis à prática de exercícios, o medicamento não é tão eficaz na manutenção da perda de peso como o exercício por si só.
Para os autores do estudo, esta diferença se deve não apenas à maior perda de peso durante o tratamento ativo, mas também à redução do ganho após o término do tratamento motivado por hábitos de vida mais saudáveis por aqueles que tinham incorporado a prática de exercícios à rotina.
“A partir dos nossos dados, fica claro que aqueles que seguiram um regime de exercícios com ou sem tratamento com medicamentos para obesidade sentiram-se menos cansados e com mais energia. O mesmo não se aplicava àqueles que apenas recebiam tratamento médico. Na verdade, sentiam-se mais cansados e com menos energia”, considera a pesquisadora Signe Sørensen Torekov.
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