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Comer ou não gordura da picanha? Saiba riscos e se pode ser saudável

Aquela camada de gordura que recobre a picanha sempre gera dúvidas no churrasco: comer ou retirar? Nutricionistas sugerem o que fazer

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Picanha do restaurante Rodeio, em SP
1 de 1 Picanha do restaurante Rodeio, em SP - Foto: Divulgação

No churrasco, aquela camada de gordura da picanha sempre gera dúvidas: comer ou retirar?

A gordura desempenha um papel essencial no organismo, contribuindo para várias funções vitais. Segundo o nutricionista Lucas Alves Deienno, da Clínica CliNutri, em São Paulo, ela fornece energia para o corpo, ajuda na absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e é importante para a produção hormonal.

No entanto, nem todas as gorduras são iguais: existem as “boas” e as “ruins”. “As gorduras boas são as insaturadas: as monoinsaturadas, que estão presentes em alimentos como azeite e abacate, e as poli-insaturadas, encontradas nos peixes e oleaginosas”, diz Lucas.

Por outro lado, as gorduras saturadas, que são as encontradas nas carnes vermelhas, não devem ser consumidas frequentemente. “As gorduras saturadas elevam o LDL (colesterol ruim) e, consequentemente, aumentam o risco de doenças cardiovasculares quando são ingeridas sempre e em grandes quantidades”, explica Lucas.

A nutricionista Camila Pedrosa, que atua em Brasília, reforça que as gorduras são fundamentais para o equilíbrio do organismo, pois contribuem para a produção e a regulação hormonal e são essenciais para funções como a proteção dos órgãos e a manutenção da temperatura corporal.

Para Camila, o consumo moderado das gorduras boas, ajuda a controlar o colesterol e promove a saúde cardiovascular. Já as gorduras saturadas e as trans, que estão presentes em alimentos ultraprocessados, são prejudiciais. “É fundamental controlar rigorosamente a ingestão de gorduras que estão na carne vermelha devido aos prejuízos que trazem à saúde” alerta.

Consumir a gordura da carne favorece o ganho de peso?

De maneira geral, o ganho de peso ocorre quando há consumo calórico superior ao gasto energético, não importando a fonte das calorias. “A gordura, no entanto, é o macronutriente mais calórico de todos, com 9 kcal por grama. Mas, em porções moderadas e dentro de uma dieta equilibrada, a ingestão não será determinante para o ganho de peso”, explica Lucas.

A nutricionista Camila também destaca a densidade calórica da gordura. “Cada grama de gordura possui 9 calorias, mais do que o dobro de carboidratos e proteínas, que contêm 4 calorias por grama. Isso faz com que mesmo pequenas porções de gordura acrescentem muitas calorias ao prato, facilitando o ganho de peso”, observa.

Ela recomenda que, no caso de consumo frequente, como em refeições diárias em restaurantes, a gordura da carne seja removida. “Se for algo eventual, como um churrasco ocasional, o consumo moderado da gordura não representa um grande problema. Mas, para quem consome carne diariamente, retirar a gordura é uma boa prática para evitar o superávit calórico”, afirma.

Picanha
O consumo regular e excessivo de gorduras saturadas pode aumentar o colesterol LDL e elevar o risco de doenças cardiovasculares, como aterosclerose e infarto

Como minimizar os riscos associados ao consumo da gordura?

Os nutricionistas apontam algumas estratégias simples para equilibrar a refeição. Confira:

  • Assar ou grelhar: é uma opção mais saudável, pois evita o uso de óleos adicionais e ajuda a reduzir a retenção de gordura;
  • Airfryer: permite preparar a carne sem adicionar óleo e, ao mesmo tempo, possibilita que a gordura da picanha derreta e escorra, diminuindo seu consumo direto;
  • Evitar fritar: fritar a picanha, especialmente em imersão, pode dobrar a quantidade de gordura no prato;
  • Comer com acompanhamentos leves: evite acompanhar a carne com alimentos ricos em gordura, como maionese, queijos ou pães. Em vez disso, prefira saladas frescas e vegetais cozidos, que são ricos em fibras e ajudam a equilibrar a refeição;
  • Opte por temperos naturais: evite temperos prontos, como caldos e sachês, que costumam conter sódio e aditivos. Temperos naturais, como ervas e especiarias, são opções mais saudáveis e contribuem para um preparo mais leve.

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