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Dia de Combate ao Fumo: uma a cada 10 pessoas é tabagista no Brasil

Oncologista alerta para regulamentação de cigarros eletrônicos e explica riscos que o fumo representa para a saúde da população

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Embora o Brasil já tenha sido elogiado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um modelo no combate ao tabagismo, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o mal hábito persiste e aproximadamente 10% da população acima de 18 anos é fumante no país.

Um dos fatores que contribuem para a persistência da prática é a crescente popularidade dos cigarros eletrônicos e outros dispositivos de vape, que têm atraído principalmente os jovens. Estima-se que cerca de 600 mil pessoas utilizem esses dispositivos.

Segundo pesquisa do Inca, o uso de cigarros eletrônicos aumenta em mais de três vezes as chances de experimentar a versão convencional e mais de quatro vezes o risco de uso regular do produto.

O oncologista Marcelo Uchôa, da Oncoclínicas Brasília, alerta que enquanto não houver regulamentação sobre os cigarros eletrônicos no Brasil, não será possível determinar com precisão quais componentes estão sendo inalados pelos seus usuários.

“Estudos mostram que os níveis de toxicidade podem ser tão prejudiciais quanto os do cigarro tradicional, já que combinam substâncias tóxicas com outras que muitas vezes apenas mascaram os efeitos danosos. Ainda não temos como saber quais serão as consequências do uso desse tipo de cigarro a médio e longo prazos”, afirma Uchôa.

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Em uma embalagem colorida, com sabores diferentes, sem o cheiro ruim do cigarro tradicional e com uma grande quantidade de fumaça, os produtos são muito comuns, especialmente, entre pessoas de 18 a 24 anos, apesar de serem proibidos no Brasil
No geral, o produto é composto por bateria, atomizador, microprocessador, lâmpada LED e cartucho de nicotina líquida. Esses mecanismos são responsáveis por aquecer o líquido que produz o vapor inalado pelos usuários
Apesar de serem bastante usados no mundo inteiro e, inicialmente, tenham sido introduzidos no comércio como uma alternativa para os cigarros comuns, os vapes são perigosos para a saúde, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM)
Os médicos afirmam que os cigarros eletrônicos são “uma ameaça à saúde pública” e oferecem ainda mais riscos do que os cigarros comuns, além de serem porta de entrada dos jovens no mundo da nicotina
Esses especialistas afirmam que o filamento de metal que aquece o líquido é composto de metais pesados que acabam sendo inalados, como o níquel, substância cancerígena
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Cada vez mais popular no Brasil, o vape, cigarro eletrônico ou e-cigarrette tem se tornado um verdadeiro fenômeno entre os jovens. O produto, geralmente, tem aparência semelhante a de um cigarro comum, mas também pode ser encontrado em formato de pen drive ou caneta

Martina Paraninfi/Getty Images
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Em uma embalagem colorida, com sabores diferentes, sem o cheiro ruim do cigarro tradicional e com uma grande quantidade de fumaça, os produtos são muito comuns, especialmente, entre pessoas de 18 a 24 anos, apesar de serem proibidos no Brasil

Leonardo De La Cuesta/Getty Images
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No geral, o produto é composto por bateria, atomizador, microprocessador, lâmpada LED e cartucho de nicotina líquida. Esses mecanismos são responsáveis por aquecer o líquido que produz o vapor inalado pelos usuários

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Apesar de serem bastante usados no mundo inteiro e, inicialmente, tenham sido introduzidos no comércio como uma alternativa para os cigarros comuns, os vapes são perigosos para a saúde, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM)

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Os médicos afirmam que os cigarros eletrônicos são “uma ameaça à saúde pública” e oferecem ainda mais riscos do que os cigarros comuns, além de serem porta de entrada dos jovens no mundo da nicotina

Yana Iskayeva/Getty Images
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Esses especialistas afirmam que o filamento de metal que aquece o líquido é composto de metais pesados que acabam sendo inalados, como o níquel, substância cancerígena

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Ainda segundo os especialistas, o líquido produzido pelo cigarro eletrônico tem pelo menos 80 substâncias químicas consideradas perigosas e responsáveis por reforçar a dependência na nicotina

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Além disso, o uso diário de cigarros eletrônicos causa estado inflamatório em vários órgãos do organismo, incluindo o cérebro. Novas pesquisas indicam que a utilização também pode desregular alguns genes e fazer com que o usuário desenvolva uma condição chamada EVALE, lesão causada pelo produto nos pulmões

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O neurologista Wanderley Cerqueira, do Hospital Albert Einstein, explica que os efeitos no usuário variam dependendo da nicotina e dos sabores líquidos, que influenciam a forma como o corpo responde às infecções. Segundo ele, vapes de menta, por exemplo, deixam as pessoas mais sensíveis aos efeitos da pneumonia bacteriana do que outros aromatizantes

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O especialista alerta que as células imunológicas parecem ser desativadas à medida que os pulmões são continuamente encharcados com produtos químicos. Esse processo enfraquece as defesas do organismo contra ameaças como pneumonia ou câncer

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Ainda segundo o médico, mesmo os vapes sem sabor são perigosos. Isso porque eles possuem outros aditivos químicos em sua composição, como propilenoglicol, glicerina, formaldeído e a própria nicotina, que causa câncer

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Uma pesquisa da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, encontrou níveis perigosos de toxinas em produtos usados para conferir sensação mentolada em cigarros eletrônicos. Foram verificados problemas em várias marcas dessas substâncias mas, principalmente, na Puffbar, uma das mais populares do mundo

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Os cientistas encontraram níveis das toxinas WS-3 e WS-23 acima dos considerados seguros pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no fluido do produto. Dos 25 líquidos analisados, 24 tinham WS-3, por exemplo

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As substâncias são usadas em aditivos alimentícios para dar o “frescor” do mentolado sem o sabor de menta, mas não devem ser inaladas. Elas são encontradas também em produtos nos sabores de manga ou baunilha

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Relação do câncer com o tabagismo

O tabagismo tem uma relação indiscutível com as chances de desenvolver câncer. O cigarro é um dos principais fatores de risco para diversos tipos da doença, incluindo câncer de pulmão, laringe, bexiga e tumores de cabeça e pescoço.

A prática é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão em todo o mundo, aumentando o risco de desenvolver a doença em cerca de 20 vezes.

Números do Inca mostram ainda que 161.853 óbitos poderiam ser evitados por ano se o tabaco fosse abandonado, sendo que cerca de um terço das fatalidades está relacionada ao tabagismo e algum tipo de câncer.

Combate ao fumo

No dia 29 de agosto, no Brasil, é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Recentemente, especialistas conseguiram evidenciar que evitar a exposição à fumaça não é suficiente para evitar os danos à saúde.

Um estudo conduzido por pesquisadores do Dana-Farber Cancer Institute, nos Estados Unidos, e publicado na revista Pediatrics, revelou que ambientes onde se fuma tabaco também estão carregados de partículas cancerígenas que podem persistir no ar por até dois meses.

O fenômeno é chamado de Thirdhand Smoke (fumaça de terceira mão, em português). As toxinas e resíduos do cigarro se impregnam em roupas, almofadas, sofás, tapetes, carpetes, cortinas e outros objetos, representando um risco para a saúde, especialmente de bebês e crianças.

Uchôa ressalta que o tabagismo é uma doença crônica e que parar de fumar não é tarefa fácil. Ele enfatiza a importância do apoio da família nesse processo e a necessidade de incentivo e paciência por parte dos entes queridos.

“Praticar atividades físicas também pode ajudar a reduzir a fissura pelo tabaco, incentivando hábitos de vida mais saudáveis. Procurar ajuda médica e psicológica é essencial para que as pessoas alcancem a meta de parar de fumar”, destaca o médico.

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