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Com o apoio de celebridades, defesa do Sistema Único de Saúde ganha força

Movimento começou de forma espontânea e tem destacado a importância do SUS no combate à Covid-19

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1 de 1 arte defenda o SUS - Foto: Gui Prímola/Arte Metrópoles

Na última quinta-feira (1º/10), foi o youtuber Felipe Neto. Em agosto, Camila Pitanga. Antes deles, tinham se manifestado Luciano Huck e Xuxa.

A pandemia provocada pelo novo coronavírus destacou a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil e tornou cada vez mais comum o compartilhamento das hashtags #defendaosus e #emdefesadosus nas redes sociais.

No Brasil, ao contrário de vários outros países, a saúde é considerada uma garantia constitucional e o Sistema Único de Saúde é o responsável por fazer valer esse direito.

“O SUS é o maior sistema público de saúde do mundo, tem fortalezas e fragilidades, mas assegura que a população não fique desassistida”, comenta a presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Gulnar Azevedo e Silva.

No Twitter, Felipe Neto trouxe um exemplo prático da importância do SUS. Ele relatou que, ao precisar de uma consulta médica nos Estados Unidos, foi obrigado a desembolsar o equivalente a R$ 17 mil. No Brasil, todas as pessoas têm direito a se consultarem gratuitamente, apesar de nem sempre conseguirem.

 

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Camila Pitanga e a filha tiveram malária e foram tratadas em hospital público
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Ao receber a conta de uma consulta médica nos Estados Unidos, Felipe Neto afirmou: "DEFENDAM O SUS!!!!!!!"

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“As fragilidades do sistema muitas vezes são utilizadas contra ele, mas não são motivo para extingui-lo. Ao contrário, devem servir para fortalecê-lo continuamente”, defende o professor Armando Raggio, coordenador da Residência em Medicina de Família e Comunidade da Fiocruz Brasília.

Em países onde a saúde não é considerada um direito, como nos EUA, por exemplo, quem não tem dinheiro ou capacidade de financiamento para dar entrada em um hospital fica sem assistência médica. “O Medicare é restrito, deixa uma parcela grande da população sem cobertura”, explica Gulnar.

No Brasil, mesmo quem paga por planos de saúde é usuário do SUS, seja para tomar uma vacina ou para receber um medicamento de alto custo.

Durante a pandemia, a defesa do SUS se tornou mais vigorosa justamente por estar claro que a Covid-19 não era um drama individual, mas uma questão de saúde coletiva. Para conter uma epidemia, além do atendimento aos que estão doentes, é necessário uma vigilância epidemiológica eficiente que identifique e isole os casos da doença.

“O fato de termos uma governança descentralizada permitiu que os secretários de saúde buscassem uma articulação capaz de dar respostas para a Covid-19 em seus territórios. Se cuidar da saúde não fosse um dever do Estado, seria muito mais difícil fazer a frente a uma epidemia e o número de mortes seria ainda maior”, comenta o professor Jonas Brant, da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB).

Teto de gastos

Os defensores do SUS consideram que um de seus maiores desafios é o subfinanciamento. Para eles, os recursos destinados ao sistema não conseguem fazer frente a todas as responsabilidades que lhe são atribuídas.

A situação ficou ainda mais difícil depois da Emenda Constitucional nº 95 do governo Temer, que limitou as verbas destinadas à saúde pública. No momento, uma petição pública está coletando assinaturas para evitar que o orçamento de 2021 para a área de saúde siga o que foi determinado pela legislação.

Pandemia no Brasil

Em meio a essa realidade, a média móvel de mortes por Covid-19 no Brasil cresceu neste domingo (4/10) para 658,7. O avanço vem depois do indicador atingir, no sábado (3/10), o menor número desde maio, quando foi de 654,1.

Na comparação com a média apurada há 14 dias, houve queda de 12,4%. Assim, não é possível afirmar que os óbitos estão reduzindo, pois a variação na quantidade de mortes é inferior a 15%. Os cálculos são do (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, baseados em informações do Ministério da Saúde.

Por conta do tempo de incubação do novo coronavírus, adotou-se a recomendação dos especialistas: comparar a média móvel de hoje com a de 14 dias atrás. As oscilações no número de mortes ou de casos de até 15% para mais ou para menos caracterizam invariabilidade.

Desde o início da pandemia, já foram notificadas 4,9 milhões de contaminações em todo o país, que levaram a 146.352 mortes. Apenas nas últimas 24 horas foram 8,5 mil novos casos e 367 óbitos.

Acompanhar o avanço da pandemia de Covid-19 com base em dados absolutos de morte ou casos está longe do ideal. Isso porque eles podem ter variações diárias muito grandes, principalmente atrasos nos registros. Nos finais de semana, por exemplo, é comum perceber redução significativa dos números.

Para diminuir esse efeito e produzir uma visão mais fiel, a média móvel é amplamente utilizada ao redor do mundo. A taxa representa a soma dos óbitos divulgados em uma semana dividida por sete. O nome “móvel” é porque varia conforme o total de falecimentos dos sete dias anteriores.

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