Com avanço da Ômicron, 11 países retomam medidas restritivas
Lockdown e comprovante de vacinação são algumas das medidas para garantir que a Ômicron não avance durante as festas de fim de ano
atualizado
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Com o avanço da vacinação contra a Covid-19 no mundo e a queda no número de casos novos da doença e óbitos em decorrência do coronavírus, vários países decidiram flexibilizar as medidas de proteção estabelecidas no início da pandemia e devolver uma rotina (quase) normal para a população.
Porém, a nova variante Ômicron, que parece ser a cepa com maior capacidade de transmissão encontrada até o momento, está mudando o cenário e obrigando governantes a dar alguns passos para trás.
Para evitar mais uma onda de casos de Covid-19 por conta das festas de fim de ano e o inverno no Hemisfério Norte, pelo menos 11 nações decidiram reestabelecer algumas das medidas de proteção, especialmente na Europa.
Entre a exigência de passaporte de vacinação, quarentena nas fronteiras, volta das máscaras e proibição de grandes eventos ou festas em locais fechados, Natal e Ano-Novo ainda não serão como costumavam ser antes da pandemia.
Confira quais são as medidas que o mundo toma para conter o avanço da Covid-19
Portugal
O governo de Portugal vai antecipar para o dia 26/12 as medidas para conter a propagação das variantes do coronavírus — as novas regras seriam implementadas em 2/1. Segundo a imprensa local, as festividades de fim de ano serão mais controladas para diminuir as possíveis aglomerações.
Entre as medidas que estavam previstas para a primeira semana de janeiro estão o teletrabalho obrigatório para funções que o permitam e a imposição de lotação máxima em boates e centros comerciais, assim como a obrigatoriedade da realização de testes para entrar em festas de fim de ano.
Alemanha
Pela primeira vez desde a reabertura, a Alemanha vai impor restrições também a vacinados e recuperados da Covid-19. Após reunião entre o chanceler alemão Olaf Scholz e os governadores dos 16 estados alemães na última terça-feira (21/12), o governo decidiu endurecer as medidas contra o coronavírus após o Natal.
As reuniões, tanto em ambientes fechados quanto abertos, estarão limitadas a um máximo de 10 pessoas vacinadas e recuperadas a partir de 28/12. Caso uma pessoa não vacinada participe do encontro, as restrições se tornam mais rígidas, com membros de uma família limitados a se reunir com no máximo duas pessoas de outra casa. Clubes e casas noturnas devem voltar a fechar as portas temporariamente e grandes eventos culturais e esportivos só podem acontecer sem público.
Alemães não vacinados estão em uma espécie de lockdown desde o começo de dezembro, e não podem entrar em locais além dos que oferecem serviços essenciais, com exceção daqueles que acabaram de se recuperar da Covid-19. A vacina também se tornará obrigatória para toda a população a partir de fevereiro.
França
O governo francês recomenda que todas as pessoas, incluindo as vacinadas, realizem testes antes do período festivo. O uso de máscara é obrigatório em todos os estabelecimentos abertos ao público. O país sugere que as pessoas evitem abraços, usem máscaras e ventilem regularmente os espaços fechados durante as celebrações de fim de ano.
As tradicionais festas de fim ano em Paris, comemoradas na avenida Champs-Élysées, foram canceladas. Os prefeitos proibirão as reuniões não autorizadas e o consumo de álcool em vias públicas e devem pedir que os municípios não organizem grandes eventos, particularmente a exibição de fogos de artifício ou concertos que não respeitem as medidas de proteção.
Casas de show e locais de entretenimento estão proibidos de receber o público até 6/1. A medida contempla também restaurantes e bares onde há dança. Para eventos ao ar livre, tais como mercados de natal, serão desenvolvidos protocolos, sob a supervisão dos prefeitos, para assegurar que o consumo de produtos alimentares seja estritamente controlado.
Atualmente, a vacinação no país está aberta para todas pessoas com pelo menos 5 anos de idade e a dose de reforço para maiores de 18 anos, desde que tenham tomado a última dose há mais de cinco meses.
Argentina
Na Argentina, após viagens em grupo, as pessoas devem realizar testes para verificar se estão com o vírus. Atividades em locais de festas, como discotecas e clubes de dança, podem acontecer apenas com metade da capacidade autorizada. Além disso, esses ambientes devem solicitar obrigatoriamente um comprovante de vacinação ou um teste negativo de todos participantes. O governo não descartou que novas medidas podem ser tomadas conforme a pandemia avança.
Inglaterra
Nas últimas semanas, o Reino Unido, um dos países mais comprometidos com o controle do vírus, restabeleceu medidas como o trabalho remoto e a obrigatoriedade do uso de máscaras em lugares públicos, que já estavam liberados desde o meio do ano. O premiê da Inglaterra Boris Johnson declarou que todos os cidadãos britânicos a partir de 18 anos poderão receber uma dose de reforço.
No momento, o governo discute ações após o país confirmar 12 mortes decorrentes da nova cepa. Entretanto, em publicação no Twitter, Johnson afirmou que os britânicos podem prosseguir com os seus planos de Natal, mas não se pode descartar quaisquer outras medidas após a celebração.
Irlanda
A Irlanda, que faz parte do Reino Unido, também interviu para minimizar os efeitos da variante neste fim de ano. Desde domingo (19/12), restaurantes e bares só podem funcionar até as 20h e eventos internos e externos tiveram a capacidade máxima reduzida. O diretor médico da Irlanda, Tony Holohan, anunciou que a Ômicron se tornou a cepa dominante no país em menos de duas semanas.
Estados Unidos
O presidente dos Estados Unidos Joe Biden anunciou uma série de medidas para conter o avanço da variante Ômicron no país. A partir desta semana, novos locais de vacinação com centenas de profissionais para aplicar doses de reforço na população serão instalados.
O governo também iniciará a distribuição de 1 bilhão de testes rápidos de Covid-19, que podem ser realizados em casa. “Enviaremos esses testes para os americanos gratuitamente — e teremos um site onde você poderá obtê-los em sua casa”, informou Biden.
Outra medida anunciada pela Casa Branca é a mobilização de mil militares para atuação em hospitais que estão com as unidades para tratamento de pacientes com Covid sobrecarregadas. Eles estarão nas unidades médicas entre os meses de janeiro e fevereiro.
O presidente também voltou a pedir que a população use máscara em locais fechados, uma medida que já foi derrubada em vários estados americanos. Porém, a decisão sobre a obrigatoriedade do item de proteção cabe a cada governador.
A variante Ômicron já representa 73% dos novos casos de Covid-19 nos Estados Unidos. A informação foi divulgada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) nessa segunda-feira (20/12). Ao todo, os Estados Unidos já registraram mais de 650 mil infecções pela variante e uma morte.
Holanda
Na Holanda, o primeiro-ministro, Mark Rutte, decretou lockdown durante o período de fim de ano e ordenou o fechamento de todo o comércio, com exceção dos serviços essenciais. Dessa forma, o acesso a restaurantes, museus, academias, cabeleireiros e outros locais públicos está bloqueado até, pelo menos, 14/1.
Israel
Israel prepara investir seus esforços na vacinação. Israelenses com mais de 60 anos de idade e profissionais de saúde do país devem receber uma quarta dose de imunizantes contra a Covid-19, seguindo as recomendações de especialistas.
Além disso, o país anunciou na última terça-feira (21/12) que vai voltar a restringir a entrada de viajantes em seu território. Israel proibirá a entrada de todos os estrangeiros sem uma liberação especial, e será obrigatória a quarentena de 14 dias ao chegar no país. Israelenses que viajaram sem autorização especial para quase 60 países, incluindo os Estados Unidos, Canadá e Grã-Bretanha, também devem cumprir o isolamento — se tiverem PCR negativo, o período pode ser feito em casa.
Nova Zelândia
Exemplo internacional no combate ao coronavírus, a Nova Zelândia decidiu retomar uma série de medidas para conter a Ômicron. Agora, o intervalo entre a segunda dose e a de reforço foi reduzido de seis meses para quatro meses — mais de 80% dos neozelandeses vacinados estarão elegíveis para uma dose de reforço até fevereiro de 2022.
Além disso, a exigência de teste para entrar no país foi reduzida de 72 horas para 48 horas antes da viagem. O gabinete de controle ao coronavírus também confirmou a decisão de vacinar crianças dos 5 aos 11 anos com doses da Pfizer. A nação utiliza um sistema de fases para entender os surtos de Covid, e as áreas com aumento de casos pela Ômicron serão consideradas como de risco e devem receber medidas específicas.
Bélgica
Nesta quarta-feira, o primeiro-ministro Alexander DeCroo anunciou que a Bélgica fechará os locais de entretenimento, que incluem cinemas e casas de shows, a partir do próximo domingo (26/12). Restaurantes e bares vão funcionar até as 23h durante as festas de Natal e Ano-Novo, seguindo uma medida instalada no início de dezembro.
De acordo com o governo belga, as ações visam conter a disseminação da Ômicron no país pois ainda “existem muitas dúvidas em relação à variante”.