Com aumento de casos de Covid, OMS pede que brasileiros “não desistam”
Infectologista-chefe da entidade lembrou que a variante é mais transmissível, mas as ferramentas disponíveis funcionam contra a Ômicron
atualizado
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Durante entrevista coletiva da Organização Mundial de Saúde (OMS) desta quinta (6/1), a diretora responsável pelo monitoramento da pandemia de Covid-19, Maria Van Kerkhove, enviou uma mensagem para os brasileiros. Questionada sobre a alta nos casos de infecções no país por conta da variante Ômicron, ela pediu que a população “não desista”.
“Essa é a grande mensagem para o Brasil. Estamos nessa pandemia juntos, e vamos sair dela juntos. Temos as ferramentas para acabar com essa fase aguda e controlar o vírus para que ele não regule a nossa vida. Precisamos que as pessoas lutem contra o coronavírus, e não contra as outras”, disse a diretora.
Ela afirma que, na última semana, a OMS detectou um aumento de 71% nos casos de Covid-19 no mundo — sendo que a região das Américas teve alta de 100%. No mesmo período, a entidade registrou queda de 10% nos óbitos.
Sobre a variante, a OMS confirma que a Ômicron é mais transmissível, porém, causa doença menos grave, apesar de ser perigosa para não-vacinados e idosos. A diretora afirma que as mesmas ferramentas que estão sendo divulgadas desde o início da pandemia — uso de máscara, higiene pessoal, distanciamento social e importância da ventilação — ainda valem para a nova cepa, mas precisam ser melhor seguidas.
“É sobre as decisões pessoais que você e sua família tomam. Use a máscara apropriadamente, cobrindo nariz e boca, prefira ambientes bem ventilados. Se estiver com sintomas, faça o teste e se isole. Se for confirmado, avise os contatos, para que possam fazer o exame e ficar em casa. Estamos pedindo que cada um faça a sua parte. Não vamos ficar nessa pandemia para sempre”, diz.
Segundo Van Kerkhove, a Ômicron provavelmente não será a última variante a aparecer, já que o vírus continua evoluindo e ainda há muita oportunidade para que ele circule e sofra mutações. Porém, os diretores acreditam que a pandemia pode acabar até o final de 2022.
Distribuição de vacinas
Os diretores da OMS voltaram a pedir que a comunidade internacional se mobilize para garantir que as vacinas sendo produzidas sejam enviadas a países de baixa renda, onde a imunização ainda não cobre nem profissionais de saúde e grupos de risco. O diretor-geral da entidade, Tedros Adhenom Ghebreyesus, lançou o desafio de garantir 70% da população mundial vacinada contra o coronavírus até o meio de 2022.
“A desigualdade foi um dos maiores fracassos do ano passado, e não só nas vacinas, mas também nos equipamentos de proteção, nos testes confiáveis e tratamentos. Essa diferença entre países mata pessoas, trabalhos e dificulta a recuperação econômica, além de criar condições perfeitas para o surgimento de novas variantes”, explicou o diretor-geral.
Ele lembra que a “tsunami” de casos causados pela Ômicron está pressionando sistemas de saúde ao redor do mundo, e muitos hospitais estão lotados e sem profissionais de saúde suficientes para atender a demanda.