Com alta de 36% nos casos de Covid-19, Brasil se afasta de estabilização
Balanço reúne informações da semana epidemiológica encerrada no sábado (25/7) e foi divulgado pelo Ministério da Saúde
atualizado
Compartilhar notícia
Com um aumento de 36% nos diagnósticos de infecções provocadas pelo novo coronavírus, o Brasil não está mais em processo de estabilização da Covid-19. O número de mortes também cresceu 5% no período. Os dados foram informados pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (29/7) e fazem referência a semana epidemiológica que se encerrou no último sábado (25/7) comparada com a anterior.
Ao contrário das últimas semanas, foi registrado aumento de casos e óbitos em quase todas as regiões do país. No Norte, houve alta de 8% nos casos e 13% em mortes. No Nordeste, aumento de 27% em diagnósticos e queda de 8% em óbitos.
No Sudeste, o aumento foi de 51% em casos e 9% nos falecimentos. Na região Sul, a alta foi de 25% nos casos e 18% em óbitos. O Centro-Oeste foi a área que mais teve aumento de casos (63%), mas uma das menores variações em óbitos, com alta de 7%.
Quanto às unidades federativas, 18 delas registraram incremento de casos, 3, estabilização e 6, redução. As maiores quedas foram no Amapá (-32%), Rio Grande do Norte (-28%) e Amazonas (-24%). Em contrapartida, os maiores aumentos foram contabilizados no Rio de Janeiro (279%), Goiás (180%) e Rondônia (146%). O Distrito Federal está entre os estados que permanecem estáveis.
Quanto aos óbitos, 12 unidades da Federação tiveram aumento — principalmente, Rondônia, Amapá e Tocantins –, 7 registraram estabilização e, em 8, houve redução. Rio Grande do Norte, Acre e Amazonas estão entre os que mais tiveram queda na curva das mortes.
Segundo o secretário de vigilância em saúde, Arnaldo Correia, o aumento de casos tem a ver com melhora da capacidade de testagem do país e a possibilidade de confirmar a infecção sem exames. “Tudo isso associado, contribui para a alta em diagnósticos”, afirma.
Ele diz ainda que o país está passando por uma sazonalidade de doenças respiratórias por conta do inverno e, por isso, há uma tendência de aumento no número de casos. Porém, a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou, nesta semana, que a Covid-19 não se comporta como outras doenças respiratórias e não é sazonal. “Com todo o respeito, conseguimos fazer uma associação da sazonalidade. Estamos aprendendo e avaliando o comportamento da doença como um todo”, afirma o secretário.
Quanto às mortes, ele pondera que o país ainda está em um quadro de estabilização, apesar de alto, já que a variação ainda está dentro dos 5%.
Questionado pela imprensa sobre as ações do Ministério neste novo momento de alta, Correia acredita que o órgão está fazendo o suficiente, tendo ajudado na compra de equipamentos, respiradores e medicamentos, além de distribuir dinheiro para que os estados reforcem a capacidade de atendimento aos pacientes.