Com a chegada de insumos, Coronavac deve estar disponível no começo do ano
A expectativa do Instituto Butantan é que a vacina seja incorporada ao Programa Nacional de Imunização do governo
atualizado
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O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou nesta quinta-feira (3/12) que a vacina Coronavac deve começar a ser aplicada no início do próximo ano. Segundo Covas, o registro do imunizante na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desenvolvido por laboratório chinês em parceria com o laboratório paulista, estaria “muito perto” de ser concluído.
Ainda de acordo com Dimas Covas, a vacinação contra o coronavírus ocorrerá com ou sem ajuda financeira do governo federal. Não será necessário, segundo ele, que o Brasil adote procedimentos para uso emergencial da vacina. “Poderemos iniciar um programa de vacinação em janeiro, acredito. E espero [que] com o apoio do Ministério [da Saúde], apesar de todas essas declarações que não citam nominalmente a vacina do Butantan”, afirmou, em entrevista à Globo News.
A expectativa do instituto é que a vacina seja incorporada ao Programa Nacional de Imunização do governo. A estratégia de vacinação brasileira foi divulgada na última terça-feira (1/12) pelo Ministério da Saúde.
O imunizante está na fase 3 de testes, ou seja, já é testado em humanos e entrou na etapa final dos estudos. Há previsão de compra de 46 milhões de doses pelo governo de São Paulo, além do acordo para transferência de tecnologia para o Instituto Butantan. “O registro e a vacina estando disponíveis, nós temos que iniciar a vacinação. É tudo o que nós queremos”, disse Covas.
Caso a Coronavac não entre no Programa Nacional de Imunização, o plano é trabalhar com alternativas para a vacinação dos brasileiros, de acordo com Covas. Segundo ele, “não faz nenhum sentido, do ponto de vista da responsabilidade pública, atrasar o uso de uma vacina disponível e pronta, já registrada na Anvisa”.
Na manhã desta quinta, Dimas Covas acompanhou a chegada do lote com 600 litros de matéria-prima da vacina Coronavac a São Paulo. Estiveram presentes também o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn.
Segundo João Doria, o Brasil recebeu insumos para 1 milhão de doses da vacina. Até o início de 2021, a expectativa é que o governo receba mais de 46 milhões de doses. O lote será transportado para o Butantan, em um veículo que terá escolta especial.
No dia 30 de novembro, a equipe da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enviada à China iniciou visita de inspeção à fábrica da vacina Coronavac. O objetivo foi avaliar se a farmacêutica segue normas internacionais de boas práticas necessárias para a aprovação e registro do imunizante contra a Covid-19 no Brasil.