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Com 84,9% de vacinados com a D1, chegamos à imunidade coletiva?

Presidente da Sociedade de Infectologia do DF destaca fatores a serem considerados antes da flexibilização de protocolos sanitários

atualizado

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vacinação em goiás contra a covid-19
1 de 1 vacinação em goiás contra a covid-19 - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Nesta semana, o Brasil chegou à marca de 83% da população adulta vacinada com pelo menos a primeira dose contra a Covid-19, segundo dados do Ministério da Saúde sobre a Campanha Nacional de Imunização. Apesar de animador, o número não reflete um momento tranquilo o suficiente para que as medidas de proteção sejam negligenciadas.

“Três coisas devem ser levadas em consideração neste momento: estamos com baixa cobertura vacinal de esquema completo; nunca deixamos de ter alta transmissão viral; e a variante Delta está com a entrada massiva. São três situações que fazem desses 84% apenas uma fantasia conveniente”, afirma José David Urbaez, presidente da Sociedade de Infectologia do DF.

A imunidade coletiva, segundo o infectologista, só será atingida quando 80% da população estiver com o esquema completo de vacinação – uma dose para o imunizante da Janssen e duas doses para a AstraZeneca, Coronavac e Pfizer. Atualmente, este indicador está em 43,7%.

“O esquema completo ainda está muito baixo em termos de cobertura”, destaca. “Quando você chega aos 80%, quem adquiriu defesa é capaz de proteger quem tomou ou não a vacina”, pontua Urbaez. Até lá, continuarão sendo necessárias medidas como o uso de máscara, a higienização das mãos e o distanciamento mínimo de 1,5 metro.

Amigos “blindados”?

Com a imunização entre os adultos em ritmo acelerado, pode-se imaginar que se está protegido da Covid-19 quando pessoas próximas tomam a vacina. O presidente da Sociedade de Infectologia do DF lembra, no entanto, que nenhuma fórmula garante proteção total contra a contaminação pelo vírus. Indivíduos que já receberam o fármaco ainda podem ser infectados e transmitir o patógeno em um contexto de alta circulação.

“Eu não tenho como garantir que você está protegido depois de tomar duas doses. Agora, se você tomou duas doses e está em um local com taxa de transmissão do vírus baixa, não vai acontecer nada, porque a vacina já criou um muro suficientemente alto para que o vírus não te atinja”, pondera.

Variantes de preocupação

O infectologista destaca ainda que, apesar de uma dose dos imunizantes demonstrar boa proteção contra as cepas originais do novo coronavírus, estudos recentes mostram evidências de que a proteção cai para 30% quando uma pessoa vacinada com a D1 é infectada pela variante Delta, encontrada originalmente na Índia.

“O percentual de proteção significativo, ou seja, que realmente pode ter um impacto na redução de casos, é acima de 50%. Uma dose de AstraZeneca depois de oito semanas pode ter em torno de 70% de proteção, desde que não seja a variante Delta”, explica Urbaez.

Na avaliação do médico, para garantir o controle da pandemia sem depender exclusivamente das vacinas, seria necessário que os governos fizessem o controle da mobilidade das pessoas, com restrição de circulação intensa e a testagem em lugares onde há risco de transmissão.

Saiba mais sobre as variantes do coronavírus:

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Surgiram inúmeras variantes do vírus, mas a OMS considera quatro como sendo de "preocupação"
Ainda não se sabe se as mutações tornam o vírus mais eficiente em fugir da proteção oferecida pelas vacinas
Ela é mais transmissível do que o vírus original, e foi responsável por uma alta nos casos em vários países
Cerca de 73% dos pacientes que tiveram Covid-19 apresentam sintomas nos meses seguintes à infecção, segundo a Universidade de Stanford, nos Estados Unidos
A versão Beta não apresenta alta transmissibilidade, mas é a mais eficiente em driblar as defesas do corpo
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Com o passar dos meses, o coronavírus sofreu mutações para continuar infectando as pessoas

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Surgiram inúmeras variantes do vírus, mas a OMS considera quatro como sendo de "preocupação"

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Ainda não se sabe se as mutações tornam o vírus mais eficiente em fugir da proteção oferecida pelas vacinas

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Ela é mais transmissível do que o vírus original, e foi responsável por uma alta nos casos em vários países

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Cerca de 73% dos pacientes que tiveram Covid-19 apresentam sintomas nos meses seguintes à infecção, segundo a Universidade de Stanford, nos Estados Unidos

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A versão Beta não apresenta alta transmissibilidade, mas é a mais eficiente em driblar as defesas do corpo

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A variante Gama é a brasileira, conhecida anteriormente como P.1

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Ela também é mais transmissível, mas não é responsável por quadros mais graves da infecção

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Países têm aumentado restrições para conter avanço da nova cepa

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São pelo menos 50 mutações, entre as quais 32 ficam localizadas na proteína Spike, usada pelo coronavírus para invadir as células

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As vacinas disponíveis até o momento funcionam contra a maioria das variantes, ainda que não tenham 100% de eficácia contra elas

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