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Coletores menstruais e absorventes internos: entenda as diferenças

Médica obstetra Mariana Betioli relacionou as sete principais diferenças entre os métodos de higiene menstrual

atualizado

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coletor e absorvente
1 de 1 coletor e absorvente - Foto: null

As mulheres representam mais da metade da população mundial. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, eram 109,4 milhões de pessoas do sexo feminino – o percentual corresponde a 52,2% dos brasileiros.

O número de mulheres no país traz a necessidade de mais abordagens referentes ao mundo feminino, como os temas que envolvem a saúde da mulher. A menstruação, por exemplo, é um dos assuntos mais presentes nas rodas de conversas.

O uso de absorventes, internos ou externos, e de coletores menstruais também dão o tom da conversa entre elas. Mas como decidir entre eles? É preciso conhecê-los para introduzir a rotina de uso de um dos dois durante o período menstrual.

Coletores x Absorventes

O coletor menstrual, geralmente feito de silicone, tem a forma de um copinho justamente para, como o nome sugere, coletar o sangue menstrual. Assim como o absorvente interno, ele é inserido no canal vaginal. Ambos servem para a mesma finalidade, mas são bem diferentes em suas propriedades.

A obstetra Mariana Betioli relacionou as sete principais diferenças entre os dois:

– Praticidade: tanto o absorvente interno quanto o coletor menstrual são simples de usar. Segundo a obstetra e fundadora da marca Inciclo de coletores, as diferenças nesse quesito são visíveis. “Os absorventes internos possuem aquele cordãozinho parecido com um barbante. Já o coletor fica inteiramente dentro do canal vaginal. As duas opções podem ser utilizadas para fazer qualquer tipo de atividade”, afirmou.

– Custo: segundo a médica, um absorvente interno custa cerca de R$ 0,70. Em um cálculo médio, estima-se que cada mulher use cerca de 25 absorventes internos por ciclo, chegando a gastar R$ 210, por ano. O coletor, que tem um custo de cerca de R$77, é reutilizável e pode durar até três anos. “Usando o coletor menstrual, a economia é de 133 reais logo no primeiro ano, já que não é preciso comprar pacotes e mais pacotes de absorventes”, comentou a médica.

– Tempo de uso: os absorventes internos devem ser trocados de quatro em quatro horas e o uso durante a noite não é recomendado. O coletor menstrual pode ser usado por até 12 horas e durante a noite.

– Capacidade de armazenamento: em geral, dependendo do fluxo menstrual, é necessário que as mulheres usem uma quantidade maior de absorventes. Os absorventes internos têm capacidade de conter, em média, 9ml de sangue menstrual. A capacidade do coletor menstrual é de 30ml. O copinho também impede vazamentos, já que forma um vácuo no canal vaginal quando inserido.

– Saúde íntima: enquanto o absorvente interno retém, além do sangue, toda a quantidade de líquido, o coletor mantém a vagina úmida e saudável. Sem essa lubrificação, a região vaginal fica ressecada, ocasionando um desequilíbrio da flora e uma maior suscetibilidade a doenças e infecções.

– Sustentabilidade: segundo a especialista, o coletor menstrual é descartado de maneira sustentável – diferente do absorvente interno. “No mundo todo, estima-se que são 2,5 bilhões de mulheres que menstruam. Só com esses números, a gente consegue imaginar a quantidade de lixo gerado a cada ciclo menstrual. Devemos começar a questionar coisas bem básicas, como a higiene pessoal. Não adianta usar canudo de papel e continuar gerando essa quantidade tão grande de lixo durante a menstruação”, alertou a especialista.

– Autoconhecimento: uma vez que o absorvente interno é descartado imediatamente após o uso, não é possível acompanhar a quantidade de fluxo menstrual ao escolher esse produto. “O coletor, por sua vez, é reutilizável e o cuidado de lavar o compartimento de silicone nos aproxima do sangue menstrual e nos faz descobrir que, ao contrário do que ouvimos, esse sangue não é sujo, mas muito limpo e cheio de vida. Além disso, podemos, através da análise desse sangue, ter um autoconhecimento muito maior em relação ao próprio corpo”, finaliza a obstetra da Inciclo.

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