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Colesterol alto também é coisa de criança. Veja dicas para evitá-lo

Especialistas alertam que, para prevenir problemas, os cuidados com a alimentação devem começar ainda na infância

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1 de 1 gabriela-e-felipe - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Embora associado a adultos, o colesterol alto é um problema que pode acometer crianças. Para alertar sobre o assunto, o Departamento Científico de Endocrinologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou cartilha e vídeo voltados para pais e pediatras. De acordo com os documentos, as principais causas de colesterol alto na infância são alimentação rica em gorduras, excesso de peso e sedentarismo.

Histórico familiar e doenças como diabetes, doença renal, artrite idiopática juvenil, obesidade e pressão alta também podem ser causadores do problema. “O colesterol familiar é o maior vilão, porque começa na infância e pode causar infarto precoce. É a chamada hipercolesterolemia familiar”, detalha Crésio Alves, presidente do Departamento Científico de Endocrinologia da SBP.

Se o LDL-colesterol da criança – ou seja, a fração ruim do colesterol no sangue – estiver acima de 130 mg/dl, a indicação é que os pais procurem um pediatra ou endocrinologista o quanto antes. A primeira dosagem deve ser feita entre os 9 e 11 anos de idade.

Para crianças obesas, diabéticas ou com histórico de doença cardíaca ou colesterol alto na família, a aferição precisa ser feita assim que possível. Quando a doença é hereditária, infelizmente fazer dieta não é suficiente. Nesses casos, medicações para controlar as taxas podem ser necessárias para prevenir doenças cardíacas.

Até março deste ano, a alimentação de Felipe Gabriel, 5 anos, era como a de muitas crianças da idade dele: pão de queijo, achocolatados e sucos de caixinha. Um hemograma de rotina, contudo, mudou para sempre a rotina do garoto. “O exame acusou que ele estava com colesterol alto e com o fígado sobrecarregado”, detalha Gabriela Melo, 28, mãe do garoto.

A estudante conta que, após o diagnóstico, o menino teve que dar adeus a guloseimas, como macarrão e fast-food. Além de acrescentar mais frutas e verduras à dieta do filho, Gabriela fez mudanças na rotina para oferecer versões mais saudáveis daquilo que o garoto estava habituado a comer. Ela passou a usar, por exemplo, uma frigideira sem óleo para preparar os alimentos.

“Entrei em choque quando descobri e me senti muito culpada como mãe”, desabafa Gabriela. “Na correria que a gente vive, é mais fácil dar um suco de caixinha do que bater uma polpa. Mas, agora, a minha própria dieta está mais saudável.”

Até a doença ser descoberta, Felipe não apresentava sintoma algum. “Ele é uma criança superativa e esperta, então, nunca percebemos nada.” Agora, o garoto espera o resultado de novos exames, que revelarão se o colesterol alto foi causado por fatores genéticos, hábitos alimentares ou uma combinação dos dois fatores.

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As frutas agora fazem parte do cardápio diário
Felipe precisou provar novos alimentos e abandonar comida de <i>fast-food</i>
A mãe conta que, de quebra, também adquiriu uma alimentação mais saudável
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Gabriela mudou a rotina alimentar do filho

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Felipe precisou provar novos alimentos e abandonar comida de fast-food

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A mãe conta que, de quebra, também adquiriu uma alimentação mais saudável

Adaptação e vida nova
Cortar bolo, brigadeiro, biscoito e refrigerante da dieta não é uma tarefa fácil (especialmente quando estamos falando de crianças), mas traz recompensas inestimáveis. A cada 40 mg/dL de colesterol LDL reduzido, a chance de morte por infarto diminui 20%, de acordo com dados da SBP.

Brincar com o colesterol nunca é uma boa ideia. Em excesso, ele fica depositado nas paredes das artérias, causando aterosclerose. Quando não controlado, esse processo pode levar a complicações ainda mais sérias, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC).

Mas como explicar para uma criança que alimentação é coisa séria? Nathália Sarkis, pediatra do Hospital Santa Lúcia e membro titular da SBP, ensina que, primeiro, quem deve aprender é o adulto. Após firmada a parceria entre pais, nutricionistas, pediatras e endocrinologistas, vem o momento de abordar o tema com os pequenos. “Crianças a partir dos 8 anos já conseguem ter uma boa compreensão da situação”, diz a médica. Figuras e vídeos são utilizados para explicar os efeitos do colesterol em excesso, especialmente para pacientes jovens.

Segundo Nathália, a maior resistência à mudança não ocorre por parte das crianças, mas sim dos pais. “Os pais têm muita dificuldade em trocar alimentos industrializados por outros mais saudáveis, por causa da praticidade”, explica a pediatra. “Consumir alimentos naturais exige programação e rotina. Muitas vezes, eles acham que o planejamento de ir ao mercado e cozinhar toma muito tempo.”


Como controlar o colesterol das crianças
Evite:

– Biscoitos recheados, bolo, chocolate, sorvete, hambúrguer, batata frita, refrigerante, frituras e alimentos ultraprocessados em geral;
– Muito tempo em frente a telas (TV, videogame, iPad).

Prefira:
– Verduras, legumes, frutas, peixe, frango, leite, queijo branco.
– Brincadeiras ao ar livre, corridas e esportes.

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