Opas: cobertura vacinal cai nas Américas e retorno de doenças preocupa
Em coletiva de imprensa, diretores da entidade defenderam ações mais efetivas e direcionadas para aumentar a cobertura vacinal nos países
atualizado
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A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) alertou, nesta quinta-feira (18/4), para a queda das coberturas vacinais nos países das Américas. Em relação ao Brasil, a maior preocupação é com a possibilidade de retorno da disseminação do sarampo.
“A imunização contra o sarampo está em níveis perigosamente baixos, ainda mais considerando a natureza muito contagiosa deste vírus. Bolsões de pessoas vulneráveis ao vírus estão sendo mantidos, o que, caso a cobertura não avance adequadamente, pode levar a surtos da doença”, afirmou Jarbas Barbosa, diretor da Opas, em coletiva de imprensa on-line.
A Opas recomenda que os países realizem ações mais ativas nas regiões geográficas e entre os extratos populacionais que concentram a maior quantidade de pessoas não-imunizadas. “Nós temos as vacinas, mas elas não estão chegando nos braços das pessoas. Precisamos que os postos de saúde funcionem em horários especiais e aos fins de semana, que sejam feitas ações nas escolas”, afirmou Daniel Salas, gerente executivo do Programa Especial Integral de Imunização da Opas.
No Brasil, a vacina que protege contra o sarampo é a tríplice viral (que imuniza também contra rubéola e caxumba), que é distribuída gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). A cobertura de segunda dose tem avançado, mas ainda está em cerca de 70% da população.
“Um desafio especial para países grandes como o Brasil é alcançar uma imunização igualitária entre seus estados e municípios. O país tem buscado nos últimos anos fazer campanhas de vacinação para chamar a atenção para importância da vacina, mas é preciso um esforço continuado e altos índices de vacinação por pelo menos quatro anos para nos sentirmos mais seguros”, completou Jarbas.
Situação nas Américas
O diretor da Opas destacou que os níveis de vacinação pré-pandemia ainda não foram recuperados e que, atualmente, há cerca de 1,2 milhão de crianças com menos de 1 ano de idade na região que nunca se vacinaram.
Além disso, 15% das crianças nessa faixa etária não completaram o esquema de imunização necessário para o início da vida, o que as torna vulneráveis a doenças que são previníveis.
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