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Coágulos e vacina de Oxford/AstraZeneca: o que se sabe até agora

Agência europeia vê ligação entre imunizante e efeito adverso raro, mas OMS ainda não confirma a relação

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Vacina AstraZeneca
1 de 1 Vacina AstraZeneca - Foto: Jaap Arriens/NurPhoto via Getty Images

Uma das primeiras vacinas criadas e aprovadas para uso contra a Covid-19, o imunizante da Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca está no centro de uma polêmica desde o mês de março. Relatos de pacientes que desenvolveram coágulos sanguíneos após a aplicação da vacina foram responsáveis por pausar a campanha em vários países.

Depois de semanas de discussão e revisão de dados, a agência regulatória europeia (EMA) confirmou, nesta quarta-feira (7/4), a relação entre o efeito adverso e o imunizante. O órgão vai inserir na bula da vacina o risco de coágulos e baixa nas plaquetas, mas ainda não identificou se há um grupo de risco específico para o problema.

Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que a ligação é provável, mas não confirmada. O comitê de segurança em vacinas da entidade irá se reunir novamente na próxima semana, para analisar novos documentos. Apesar de os casos terem acontecido dias ou semanas após a vacinação, não há biomarcadores ou provas científicas de que o imunizante tenha desencadeado a formação dos coágulos.

Coágulos

A criação de coágulos sanguíneos não é algo incomum, e pode acontecer em pessoas com problemas de coagulação, ou que passem muito tempo sentadas, por exemplo. Pessoas que estão acima do peso, as que têm mais de 60 anos de idade, gestantes e fumantes estão entre as mais vulneráveis à trombose venosa profunda, termo técnico que designa a condição.

Outros fatores de risco incluem uso de pílula anticoncepcional, câncer, insuficiência cardíaca, varizes e desidratação.

No caso dos pacientes que desenvolveram o coágulo depois do imunizante, a situação pode ter sido desencadeada por uma baixa nas plaquetas. Não há informações sobre se algum componente da fórmula é o responsável ou se é a reação do sistema imunológico à vacina que causou o problema.

Os cientistas também não sabem se há um grupo da população que seja mais vulnerável, mas a maioria dos casos foi registrado em mulheres com menos de 60 anos.

O risco envolvido no desenvolvimento de um coágulo é que ele pode obstruir veias ou artérias importantes e, caso de desprenda e viaje pela corrente sanguínea, pode ser responsável por cortar a circulação de sangue de órgãos como cérebro, coração e pulmões.

Devo tomar a vacina?

Apesar de a formação de coágulos poder estar relacionada à vacina, a OMS e a EMA afirmam que o evento é considerado muito raro, e foi observado em poucas pessoas até o momento, mais de 200 milhões já receberam o imunizante da AstraZeneca ao redor do mundo. A estimativa é de um caso a cada milhão de aplicações.

A indicação segue sendo de tomar a vacina, uma vez que o risco de pegar o coronavírus e desenvolver quadros graves da Covid-19 é muito maior do que o de criar coágulos. A OMS recomenda que a vacinação continue, e que os pacientes e profissionais de saúde fiquem atentos para os sintomas de coágulo sanguíneo nos primeiros 20 dias após a aplicação da dose.

Pessoas com falta de ar, dor no peito, inchaço nas pernas, dor abdominal persistente, sintomas neurológicos (dor de cabeça forte e visão borrada), ou que apresentam pequenos pontos de sangue debaixo da pele na região onde a vacina foi aplicada devem procurar atenção médica urgente. Se detectada a tempo, a condição tem tratamento.

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coágulo na cabeça
A vacina Oxford/AstraZeneca
Fundação foi uma das principais produtoras de vacinas da Covid no Brasil
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