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Cloroquina aumenta risco de morte, revela estudo com 96 mil pacientes

Maior pesquisa realizada sobre o uso do medicamento defendido por Bolsonaro contra a Covid-19 não encontra benefícios

atualizado

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comprimidos em fundo azul
1 de 1 comprimidos em fundo azul - Foto: HAL GATEWOOD/UNSPLASH

O maior estudo feito, até o momento, sobre a utilização de cloroquina para o tratamento de pacientes com a Covid-19 revela que o composto não apresentou benefícios satisfatórios e ainda mostra risco de morte para os doentes. O presidente Jair Bolsonaro é um dos maiores defensores do uso do remédio e, recentemente, mandou que o protocolo para utilização do fármaco no Brasil fosse alterado no sentido de incluir a indicação da substância até para casos leves da infecção.

A pesquisa foi publicada nesta sexta-feira (22/05), na revista The Lancet – uma das mais importantes revistas científicas do mundo, e contou com a análise do quadro clínico de 96.032 pacientes infectados.

Os responsáveis pelo estudo, um grupo do Brigham and Women’s Hospital Center for Advanced Heart Desease, de Boston, nos Estados Unidos, observaram a resposta ao medicamento administrado em contaminados internados em 671 hospitais dos seis continentes, entre 20 de dezembro e 14 de abril. A maioria era composta por homens com idade média de 53 anos.

Desses, 14.888 foram separados em quatro grupos de tratamento, com cloroquina isolada, cloroquina com macrólido, hidroxicloroquina isolada ou hidroxicloroquina com macrólido. Todos receberam o tratamento em até 48 horas após o diagnóstico positivo. Outros 81.144 ficaram no grupo controle e não receberam esses compostos.

Não foi possível confirmar um benefício da hidroxicloroquina ou cloroquina, quando utilizada isoladamente ou com um macrólido, nos resultados hospitalares da Covid-19. Cada um desses esquemas medicamentosos foi associado à diminuição da sobrevida hospitalar e a um aumento da frequência de arritmias ventriculares quando usado no tratamento do Covid-19″, destacam os pesquisadores.

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