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Cientistas clonam primeiro macaco rhesus com novo método científico

O macaco Retro completou 2 anos e está saudável. Este é o tempo mais longo que um clone de macaco rhesus viveu até hoje

atualizado

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Nature Communications/ Reprodução
Macaco anda em grade - Metrópoles
1 de 1 Macaco anda em grade - Metrópoles - Foto: Nature Communications/ Reprodução

Cientistas chineses anunciaram, na terça-feira (17/1), terem obtido sucesso na clonagem do primeiro macaco rhesus saudável. O método foi possível após ajustes na técnica que criou a ovelha Dolly em 1996. O avanço foi registrado na revista Nature Communications. Batizado de Retro, o macaco completou 2 anos, o tempo mais longo que um primata clonado dessa espécie viveu até hoje.

Os pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências (CAS), na China, acreditam que a nova técnica possibilitará a criação de macacos rhesus idênticos que possam ser usados em experimentos para pesquisas médicas e também aperfeiçoar a fertilização in vitro convencional.

Tentativas

A ovelha Dolly foi o primeiro mamífero a ser clonado usando uma técnica chamada transferência nuclear de células somáticas (SCNT). Nela, os cientistas reconstroem essencialmente um óvulo não fertilizado fundindo um núcleo de célula somática – e não de um espermatozoide ou óvulo – com um óvulo cujo núcleo foi removido em laboratório.

Mais de 20 tipos de mamíferos foram criados desde então usando a mesma técnica. A lista inclui cães, gatos, porcos e gado. Mas a clonagem de primatas sempre foi um desafio para a ciência.

Tentativas anteriores de clonar macacos rhesus não tiveram o mesmo sucesso. Quase metade de todos os embriões implantados no útero morreu por volta do 60º dia de gestação. Alguns clones conseguiram viver durante semanas ou meses, muitos outros sobreviveram apenas horas ou dias depois de sair do útero.

De acordo com os pesquisadores, grande parte das complicações ocorre devido a problemas de expressão genética durante o desenvolvimento.

O macaco rhesus é a segunda espécie de primata que os cientistas da Academia Chinesa de Ciências (CAS) conseguem clonar com sucesso. Em 2018, o mesmo grupo de pesquisadores anunciou o nascimento de Zhong Zhong e Hua Hua, dois clones de um macaco comedor de caranguejo (Maca fascicularis), usando SCNT. Eles continuam vivos.

Aperfeiçoamento da técnica de clonagem de animais

De acordo com o pesquisador Qiang Sun, principal autor do estudo publicado na Nature Communications, o maior problema pra avançar com o desenvolvimento dos macacos era que as placentas dos embriões clonados apresentavam anormalidades em comparação com as da fertilização in vitro.

Por isso, os pesquisadores substituíram os trofoblastos, as células que mais tarde se tornariam a placenta, pelas de um embrião saudável e não clonado. As células trofoblásticas fornecem nutrientes para um embrião em crescimento e se transformam na placenta, que fornece oxigênio e assistência vital ao feto.

“Esta estratégia é uma grande promessa para melhorar as taxas de sucesso, abordando questões especificamente relacionadas com o trofectoderma, que desempenha um papel crucial no desenvolvimento embrionário inicial e na implantação”, escreve a equipe.

Mas ainda há um longo caminho a ser percorrido. Apenas um dos 113 embriões iniciais sobreviveu, o que significa uma taxa de sucesso inferior a 1%.

Os cientistas acreditam que o método de substituição de trofoblastos também pode ter implicações para a fertilização in vitro convencional. Se embriões humanos com anomalias ou deficiências nas células do trofoblasto puderem ser resgatados desta maneira, isso poderá aumentar o potencial de resultados de gravidez bem-sucedidos.

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