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Claudia Raia: entenda o que é necessário para ter uma gravidez tardia

Médicos defendem que as mulheres que optam por adiar a maternidade para depois dos 35 anos devem fazer exames de fertilidade regularmente

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Claudia Raia
1 de 1 Claudia Raia - Foto: Foto: Reprodução/Instagram

O anúncio da gravidez da atriz Claudia Raia, 55 anos, pegou o Brasil de surpresa nessa segunda-feira (19/9). Desde então, muito se falou sobre as possibilidades da gestação tardia, uma opção cada vez mais procurada por mulheres que priorizam o trabalho e outros planos pessoais antes de se dedicarem à maternidade.

Para a medicina, as gestações a partir dos 35 anos já são consideradas tardias. Especialistas em reprodução defendem que as pacientes que querem adiar a maternidade devem começar a pensar nas possibilidades de reprodução assistida cada vez mais cedo, com exames e congelamento de óvulos, para evitar frustrações no futuro.

“Com o sucesso profissional e o ganho social, a mulher entendeu que a sua força na sociedade é muito grande, mas pode esquecer que o relógio biológico continua trabalhando. Quanto mais tempo ela esperar, mais difícil pode ser engravidar naturalmente – até mesmo por reprodução assistida”, afirma o médico urologista Daniel Suslik Zylbersztejn, especialista em reprodução humana e coordenador médico do Fleury Fertilidade.

Suslik avalia que as mulheres deveriam pensar na saúde reprodutiva como pensam na saúde ginecológica geral, fazendo consultas de avaliação periódicas. “Se a paciente tiver alguma dúvida em relação ao seu potencial reprodutivo ou se ela passou dos 35 anos e ainda não definiu o planejamento familiar, deve conversar sobre isso em consulta para que possa entender as alternativas e o que fazer para preservar a sua fertilidade”, recomenda.

Como se preparar para uma gravidez tardia?

O primeiro passo é fazer uma avaliação do potencial reprodutivo com o ginecologista. Ela inclui:

  • Avaliação hormonal para verificação da reserva ovariana. Pode ser feita em qualquer dia do ciclo menstrual;
  • Exame de ultrassom transvaginal para analisar a reserva ovariana por meio da contagem de folículos em cada ovário. Cada folículo pode conter um óvulo, ou seja, quanto maior a quantidade, melhor é a reserva ovariana e a mulher tem mais tempo de vida útil reprodutiva;
  • Idealmente, os óvulos devem ser coletados e congelados até os 35 anos. Com o passar do tempo, eles perdem qualidade cromossômica e há maior risco de síndromes genéticas, como síndrome de Down;
  • Devem ser coletados ao menos 15 óvulos para aumentar as chances de gravidez no futuro.

Depois dos 40 anos, as mulheres devem se atentar aos cuidados com a saúde geral antes de começar as tentativas de gestação ou um tratamento reprodutivo, fazendo exames gerais com avaliação cardiorrespiratória; hemograma; exames para investigar diabetes; e ultrassom de mama, tireoide, abdômen e transvaginal, por exemplo.

Elas também devem fazer avaliação de vitaminas como o ácido fólico, importante para a prevenção de algumas doenças do embrião e malformações, como alterações da medula (meningomielocele) e fissura labial. “A paciente precisa entender bem como está a saúde geral para sabermos se o organismo está apto para receber o embrião e gerar uma gravidez”, explica Suslik.

Técnicas para gestação tardia

O método escolhido depende do retorno da avaliação do potencial reprodutivo do casal feita por um especialista em reprodução humana. Pode ser por inseminação intrauterina; fertilização in vitro (FIV) com os próprios óvulos da mulher ou por ovodoação (quando a paciente recorre a óvulos doados por outra mulher); e até mesmo por gravidez natural ou sexo programado nos dias em que a paciente está no período fértil.

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