Cirurgia inédita usa pele de tilápia em reconstrução vaginal de trans
Técnica que usa a pele do peixe como enxerto complementou cirurgia de redesignação sexual em Campinas. Operação foi bem sucedida
atualizado
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Uma cirurgia inédita para reconstrução vaginal de uma paciente trans foi realizada com pele de tilápia. O procedimento ocorreu em Campinas, na terça-feira (23/04/2019), no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher, vinculado à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A metodologia que utiliza a pele de tilápia como substitua da pele humana vem sendo desenvolvida há três anos na Universidade Federal do Ceará e tem funcionado em diferentes situações.
A paciente de Campinas já havia sido submetida à cirurgia de redesignação sexual (no caso, de homem para mulher). No entanto, o canal vaginal ficou pequeno e apresentava problemas funcionais. Em casos assim, o método mais utilizado consiste em fazer um enxerto com pele retirada de outras partes do corpo, geralmente do intestino, para alargar e alongar o canal. Os médicos optaram pelo método alternativo, com a pele de tilápia, por ser menos invasivo.
A técnica permitiu que não fossem necessárias incisões abdominais. Outra vantagem é de baixíssimo custo. A esterilização da pele da tilápia é mais simples em comparação com a técnica usada para outros materiais biológicos, pois exige doses menores de radiação. Além disso, a tilápia tem um colágeno mais estável, denso e natural do que outros tipos de enxerto. A cirurgia ocorreu sem complicações e a paciente deve ter alta nos próximos dias.
A utilização da pele de tilápia já teve sua eficácia comprovada no tratamento de queimaduras e na reconstrução vaginal em pacientes com má formação devido a síndrome de Rokitansky e em casos de câncer de vagina. A ideia é que, em breve, a pele de tilápia seja empregada como solução primária nas cirurgias de redesignação.
Com informações Agência UFC