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Cirurgia inédita no Brasil remove 30 quilos do tumor de curitibana

Mulher possuía tumor de 40 quilos causado por doença rara. Cirurgia comandada por médico norte-americano foi realizada na terça-feira

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Imagem colorida com a mulher Karina Rodine sentada em uma cama. Karine vive em Curitiba, no Paraná, e tem um tumor de 40Kg
1 de 1 Imagem colorida com a mulher Karina Rodine sentada em uma cama. Karine vive em Curitiba, no Paraná, e tem um tumor de 40Kg - Foto: Reprodução/Instagram

A cirurgia realizada na curitibana Karina Andressa Rodini, de 31 anos, conseguiu remover cerca de 30 quilos do tumor de 40 quilos, que a mulher havia desenvolvido em uma região que vai das costas ao joelho.

Karina tem uma doença genética rara chamada neurofibromatose e sua condição física já estava tão prejudicada que ela mal conseguia andar.

Segundo o cirurgião Alfredo Benjamin Duarte, que acompanha o caso, é a primeira vez no Brasil que um tumor tão grande conseguiu ser ressecado. “A gente viu que sobrou uns 15% de tumor. Então, provavelmente ano que vem a gente vai fazer mais uma ressecção, mas bem menor que essa”, diz Duarte.

O procedimento foi realizado pelo cirurgião McKay Mckinnon, um especialista norte-americano reconhecido por operações de retirada de grandes tumores. Ele explica que a dificuldade principal, em casos assim, é entender onde está a origem do tumor.

“Neste caso, a origem é a medula espinhal e o nervo vem dela, que traz para a neoplasia a potencialidade de crescimento”, afirmou o médico.

Dificuldades da cirurgia

Normalmente, esse tipo de operação não é recomendada nos casos de neurofibromatose porque há grandes chances de morte por sangramento, já que o tumor possui grandes vasos.

No caso de Karina, a perda de sangue foi sendo reposta durante a cirurgia. “O cirurgião Mckinnon, dos Estados Unidos, trouxe essa experiência para nós, de você estabilizar o paciente durante a cirurgia, repondo o sangue sempre que ele for perdendo. Nesta cirurgia, a gente também foi repondo os fatores de coagulação durante a cirurgia, fazendo com que ela acordasse bem”, detalha Alfredo Duarte.

O médico brasileiro conta que a mulher já estava acordada e conversando no final da cirurgia. Ao todo, foram cerca de 11 horas de operação para a retirada do tumor. De acordo com a assessoria do Hospital Marcelino Champagnat, Karina Rodini se recupera na UTI e vai começar a fazer exercícios para caminhar nesta quinta-feira (18/11).

O médico McKay Mckinnon explica que, nos casos de neurofibromatose, existe a possibilidade de o tumor se tornar maligno, por isso a importância de que a operação seja realizada. “Esse tipo de cirurgia em geral é muito difícil e precisamos ter uma comunicação precisa e, quando não falamos a mesma língua, é preciso esse esforço porque o retorno do investimento em ajudar essas pessoas é bem grande”.

Relembre o caso

Karina Andressa Rodini, de 31 anos, sonhava em realizar a cirurgia porque o tumor afetava profundamente sua qualidade de vida, atrapalhando seus movimentos e a impedindo de sair de casa.

Através de uma vaquinha virtual, a jovem conseguiu apoio financeiro para cobrir parte da cirurgia. Entretanto, ela ressalta que ainda vai precisar de contribuições para custear todos os procedimentos, que podem chegar a R$ 200 mil.

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