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Usar cigarro eletrônico dobra risco de infarto, alertam cardiologistas

Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) alerta sobre os riscos para a saúde devido ao uso regular de cigarro eletrônico

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Homem branco com casaco preto e capuz fumando um cigarro eletrônico
1 de 1 Homem branco com casaco preto e capuz fumando um cigarro eletrônico - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

As pessoas que usam cigarro eletrônico regularmente correm quase duas vezes mais risco de sofrer um infarto em comparação com as não fumantes, segundo mostra um estudo feito pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), divulgado nesta quinta-feira (8/2).

Aproximadamente 3 milhões de brasileiros usam dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) regularmente. Os aparelhos, conhecidos como “pods” ou “vapes”, ganharam popularidade especialmente entre os jovens.

“O consumo regular aumenta em 1,79 vez a probabilidade de infarto do miocárdio”, afirmou a SBC, em nota divulgada à imprensa.

Mesmo que a venda e a comercialização desses produtos sejam proibidas no Brasil desde 2009, os dispositivos são encontrados facilmente no mercado paralelo. Ao usar cigarros eletrônicos, os consumidores estão expostos a quantidades desconhecidas de componentes químicos, como nicotina, metais pesados, aromatizantes e propilenoglicol.

Entre os problemas de saúde que podem surgir desse hábito, está a aterosclerose. A doença inflamatória crônica é a principal responsável pelo desenvolvimento de infartos e acidente vascular cerebral (AVC). Ela tem sintomas muito sutis e se desenvolve silenciosamente.

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Em uma embalagem colorida, com sabores diferentes, sem o cheiro ruim do cigarro tradicional e com uma grande quantidade de fumaça, os produtos são muito comuns, especialmente, entre pessoas de 18 a 24 anos, apesar de serem proibidos no Brasil
No geral, o produto é composto por bateria, atomizador, microprocessador, lâmpada LED e cartucho de nicotina líquida. Esses mecanismos são responsáveis por aquecer o líquido que produz o vapor inalado pelos usuários
Apesar de serem bastante usados no mundo inteiro e, inicialmente, tenham sido introduzidos no comércio como uma alternativa para os cigarros comuns, os vapes são perigosos para a saúde, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM)
Os médicos afirmam que os cigarros eletrônicos são “uma ameaça à saúde pública” e oferecem ainda mais riscos do que os cigarros comuns, além de serem porta de entrada dos jovens no mundo da nicotina
Esses especialistas afirmam que o filamento de metal que aquece o líquido é composto de metais pesados que acabam sendo inalados, como o níquel, substância cancerígena
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Cada vez mais popular no Brasil, o vape, cigarro eletrônico ou e-cigarrette tem se tornado um verdadeiro fenômeno entre os jovens. O produto, geralmente, tem aparência semelhante a de um cigarro comum, mas também pode ser encontrado em formato de pen drive ou caneta

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Em uma embalagem colorida, com sabores diferentes, sem o cheiro ruim do cigarro tradicional e com uma grande quantidade de fumaça, os produtos são muito comuns, especialmente, entre pessoas de 18 a 24 anos, apesar de serem proibidos no Brasil

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No geral, o produto é composto por bateria, atomizador, microprocessador, lâmpada LED e cartucho de nicotina líquida. Esses mecanismos são responsáveis por aquecer o líquido que produz o vapor inalado pelos usuários

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Apesar de serem bastante usados no mundo inteiro e, inicialmente, tenham sido introduzidos no comércio como uma alternativa para os cigarros comuns, os vapes são perigosos para a saúde, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM)

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Os médicos afirmam que os cigarros eletrônicos são “uma ameaça à saúde pública” e oferecem ainda mais riscos do que os cigarros comuns, além de serem porta de entrada dos jovens no mundo da nicotina

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Esses especialistas afirmam que o filamento de metal que aquece o líquido é composto de metais pesados que acabam sendo inalados, como o níquel, substância cancerígena

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Ainda segundo os especialistas, o líquido produzido pelo cigarro eletrônico tem pelo menos 80 substâncias químicas consideradas perigosas e responsáveis por reforçar a dependência na nicotina

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Além disso, o uso diário de cigarros eletrônicos causa estado inflamatório em vários órgãos do organismo, incluindo o cérebro. Novas pesquisas indicam que a utilização também pode desregular alguns genes e fazer com que o usuário desenvolva uma condição chamada EVALE, lesão causada pelo produto nos pulmões

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O neurologista Wanderley Cerqueira, do Hospital Albert Einstein, explica que os efeitos no usuário variam dependendo da nicotina e dos sabores líquidos, que influenciam a forma como o corpo responde às infecções. Segundo ele, vapes de menta, por exemplo, deixam as pessoas mais sensíveis aos efeitos da pneumonia bacteriana do que outros aromatizantes

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O especialista alerta que as células imunológicas parecem ser desativadas à medida que os pulmões são continuamente encharcados com produtos químicos. Esse processo enfraquece as defesas do organismo contra ameaças como pneumonia ou câncer

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Ainda segundo o médico, mesmo os vapes sem sabor são perigosos. Isso porque eles possuem outros aditivos químicos em sua composição, como propilenoglicol, glicerina, formaldeído e a própria nicotina, que causa câncer

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Uma pesquisa da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, encontrou níveis perigosos de toxinas em produtos usados para conferir sensação mentolada em cigarros eletrônicos. Foram verificados problemas em várias marcas dessas substâncias mas, principalmente, na Puffbar, uma das mais populares do mundo

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Os cientistas encontraram níveis das toxinas WS-3 e WS-23 acima dos considerados seguros pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no fluido do produto. Dos 25 líquidos analisados, 24 tinham WS-3, por exemplo

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As substâncias são usadas em aditivos alimentícios para dar o “frescor” do mentolado sem o sabor de menta, mas não devem ser inaladas. Elas são encontradas também em produtos nos sabores de manga ou baunilha

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 Consulta pública sobre cigarro eletrônico

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Anvisa abriu, em 2023, uma consulta pública sobre cigarros eletrônicos no Brasil.

A população tem até esta sexta-feira (9/2) para opinar sobre o texto que proíbe a fabricação, importação, comercialização, distribuição, armazenamento, transporte e propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar. Após o término do período, a agência vai avaliar e divulgar as contribuições da consulta.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) destaca que estudos já demonstraram que o custo para tratar diversas doenças crônicas decorrentes do tabagismo no Sistema Único de Saúde (SUS) somou R$ 23,37 bilhões em 2011, valor equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e quatro vezes o montante dos impostos federais arrecadados do setor tabaco naquele ano.

A SBC considera que os cigarros eletrônicos não servem como via alternativa e menos prejudicial à saúde para dependentes de nicotina.

“A alegação apresentada pela indústria do tabaco de que os DEFs são uma alternativa de menor risco à saúde para substituir os cigarros convencionais não é comprovada por evidências científicas. Pelo contrário, estudos indicaram que jovens que fazem uso de cigarros eletrônicos têm menor propensão a cessar o tabagismo. Além disso, adultos fumantes que recorrem aos DEFs ou vapes exibem uma notável inclinação para a dupla utilização, que envolve cigarros tanto eletrônicos quanto regulares, o que aumenta os riscos à saúde”, diz o documento.

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