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Cigarro eletrônico é 22 vezes mais tóxico dentro do carro. Entenda

Pesquisa de universidades americanas reuniu 60 participantes para entender os riscos de usar cigarro eletrônico dentro de carro

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Imagem colorida de jovem dirigindo enquanto fuma tipo de cigarro eletrônico - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de jovem dirigindo enquanto fuma tipo de cigarro eletrônico - Metrópoles - Foto: sestovic

O cigarro eletrônico, também chamado de vape, ganhou fama entre a população jovem com um design atrativo e por ser comercializado como uma alternativa menos nociva à saúde do que o cigarro tradicional, uma vez que não queima tabaco para liberar nicotina. O marketing, no entanto, é enganoso, já que a opção eletrônica é tão nociva quanto a tradicional.

O vape, porém, pode ser ainda mais perigoso caso seja consumido dentro do carro. Pesquisadores americanos constataram que fumar em um ambiente pequeno e fechado libera 22 duas vezes mais toxinas microscópicas, o material particulado (PM2,5). Quando inalado, ele pode causar problemas respiratórios e entrar na corrente sanguínea.

Segundo o estudo, feito pelas universidades da Virginia e Carolina do Norte, nos Estados Unidos, os danos do cigarro eletrônico podem ser mais graves ainda quando ele é consumido dentro de um ambiente pequeno e fechado, como um carro.

A pesquisa, publicada na revista Drug and Alcohol Dependence em 7 de julho, aponta que quando os usuários de cigarros eletrônicos fumavam em seus carros por menos de 10 minutos, a concentração de toxinas venenosas liberadas pelo fumo era maior.

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Em uma embalagem colorida, com sabores diferentes, sem o cheiro ruim do cigarro tradicional e com uma grande quantidade de fumaça, os produtos são muito comuns, especialmente, entre pessoas de 18 a 24 anos, apesar de serem proibidos no Brasil
No geral, o produto é composto por bateria, atomizador, microprocessador, lâmpada LED e cartucho de nicotina líquida. Esses mecanismos são responsáveis por aquecer o líquido que produz o vapor inalado pelos usuários
Apesar de serem bastante usados no mundo inteiro e, inicialmente, tenham sido introduzidos no comércio como uma alternativa para os cigarros comuns, os vapes são perigosos para a saúde, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM)
Os médicos afirmam que os cigarros eletrônicos são “uma ameaça à saúde pública” e oferecem ainda mais riscos do que os cigarros comuns, além de serem porta de entrada dos jovens no mundo da nicotina
Esses especialistas afirmam que o filamento de metal que aquece o líquido é composto de metais pesados que acabam sendo inalados, como o níquel, substância cancerígena
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Cada vez mais popular no Brasil, o vape, cigarro eletrônico ou e-cigarrette tem se tornado um verdadeiro fenômeno entre os jovens. O produto, geralmente, tem aparência semelhante a de um cigarro comum, mas também pode ser encontrado em formato de pen drive ou caneta

Martina Paraninfi/Getty Images
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Em uma embalagem colorida, com sabores diferentes, sem o cheiro ruim do cigarro tradicional e com uma grande quantidade de fumaça, os produtos são muito comuns, especialmente, entre pessoas de 18 a 24 anos, apesar de serem proibidos no Brasil

Leonardo De La Cuesta/Getty Images
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No geral, o produto é composto por bateria, atomizador, microprocessador, lâmpada LED e cartucho de nicotina líquida. Esses mecanismos são responsáveis por aquecer o líquido que produz o vapor inalado pelos usuários

Dirk Kruse / EyeEm/Getty Images
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Apesar de serem bastante usados no mundo inteiro e, inicialmente, tenham sido introduzidos no comércio como uma alternativa para os cigarros comuns, os vapes são perigosos para a saúde, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM)

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Os médicos afirmam que os cigarros eletrônicos são “uma ameaça à saúde pública” e oferecem ainda mais riscos do que os cigarros comuns, além de serem porta de entrada dos jovens no mundo da nicotina

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Esses especialistas afirmam que o filamento de metal que aquece o líquido é composto de metais pesados que acabam sendo inalados, como o níquel, substância cancerígena

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Ainda segundo os especialistas, o líquido produzido pelo cigarro eletrônico tem pelo menos 80 substâncias químicas consideradas perigosas e responsáveis por reforçar a dependência na nicotina

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Além disso, o uso diário de cigarros eletrônicos causa estado inflamatório em vários órgãos do organismo, incluindo o cérebro. Novas pesquisas indicam que a utilização também pode desregular alguns genes e fazer com que o usuário desenvolva uma condição chamada EVALE, lesão causada pelo produto nos pulmões

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O neurologista Wanderley Cerqueira, do Hospital Albert Einstein, explica que os efeitos no usuário variam dependendo da nicotina e dos sabores líquidos, que influenciam a forma como o corpo responde às infecções. Segundo ele, vapes de menta, por exemplo, deixam as pessoas mais sensíveis aos efeitos da pneumonia bacteriana do que outros aromatizantes

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O especialista alerta que as células imunológicas parecem ser desativadas à medida que os pulmões são continuamente encharcados com produtos químicos. Esse processo enfraquece as defesas do organismo contra ameaças como pneumonia ou câncer

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Ainda segundo o médico, mesmo os vapes sem sabor são perigosos. Isso porque eles possuem outros aditivos químicos em sua composição, como propilenoglicol, glicerina, formaldeído e a própria nicotina, que causa câncer

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Uma pesquisa da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, encontrou níveis perigosos de toxinas em produtos usados para conferir sensação mentolada em cigarros eletrônicos. Foram verificados problemas em várias marcas dessas substâncias mas, principalmente, na Puffbar, uma das mais populares do mundo

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Os cientistas encontraram níveis das toxinas WS-3 e WS-23 acima dos considerados seguros pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no fluido do produto. Dos 25 líquidos analisados, 24 tinham WS-3, por exemplo

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As substâncias são usadas em aditivos alimentícios para dar o “frescor” do mentolado sem o sabor de menta, mas não devem ser inaladas. Elas são encontradas também em produtos nos sabores de manga ou baunilha

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As PM2,5 são partículas geradas a partir de fontes naturais e de engenharia humana, como a queima de combustíveis fósseis. Quando inalado, o material penetra nos pulmões e irrita todo o sistema respiratório, o que pode causar ou agravar a asma e bronquite, além de deixar a respiração ofegante.

“O estudo demonstrou que uma única pessoa usando cigarro eletrônico dentro de um veículo com as janelas fechadas pode causar aumento mensurável na concentração de material particulado”, destaca o estudo.

Público usuário de cigarro eletrônico

A pesquisa teve como participantes 60 usuários assíduos de cigarros eletrônicos com idade média de 20 anos. Do número total, 63% deles eram do sexo masculino e mais de 83% eram brancos.

Eles foram convidados a usar os vapers dentro de um veículo após 12 horas sem fumar. Primeiro, deram 10 tragadas em um período de cinco minutos. Enquanto fumavam, aparelhos mediam o volume de matéria no ar.

Apenas 30 segundos após a última tragada, a concentração de PM2,5 atingiu o nível médio de 107,4 microgramas por metro cúbico (µg/m³), 22 duas vezes maior que o nível após a primeira tragada, de 4,78 µg/m³.

Número de tragadas

Em um segundo momento, os usuários foram convidados a fumar os cigarros eletrônicos dentro dos veículos por 25 minutos, dessa vez sem limite mínimo ou máximo de tragadas.

No minuto 19, o nível médio da toxina venenosa no ar atingiu 21,32 µg/m³, uma quantidade menor do que a observada no período de cinco minutos com 10 tragadas. Em geral, os usuários usaram o cigarro eletrônico 18 vezes durante a sessão de 25 min.

“Como o material particulado gerado pelo uso do vape está correlacionado com substâncias tóxicas nocivas produzidas pelo uso do dispositivo, aqueles que andam em veículos enquanto fumam estão expostos a altas concentrações de produtos químicos tóxicos gerados pelos cigarros eletrônicos”, analisa o estudo.

Os cientistas chamaram a atenção para dois casos específicos que não foram contabilizados no levantamento: os participantes tragaram, em 25 minutos, 205 e 285 vezes, muito acima da média dos voluntários.

Composição química

Os cigarros eletrônicos contêm altos níveis de nicotina, solventes, essências saborizadas, aerossóis e outros compostos químicos voláteis considerados cancerígenos, como benzeno e acetaldeído. A equipe de pesquisa não analisou o risco que correm os fumantes passivos.

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