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Cientistas estão testando em si mesmos vacinas caseiras contra Covid-19

Nos EUA, alguns pesquisadores estão inventando fórmulas independentes que prometem imunização contra o coronavírus

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1 de 1 seringa de vacina - Foto: iStock

Nos Estados Unidos, cientistas “impacientes” com a demora para a liberação de uma vacina contra a Covid-19 segura e eficaz, de acordo com os parâmetros das agências de controle, resolveram criar imunizantes caseiros contra o vírus. Segundo o jornal The New York Times, eles têm testado as fórmulas em si mesmos, em familiares e amigos –  um deles chegou até a ser processado por vender imunizações.

Sem qualquer pesquisa sobre eficácia e segurança, algumas “vacinas” começaram a ser aplicadas ainda em abril, apenas quatro meses depois do começo da pandemia. O processo normal de fabricação de um imunizante costuma demorar anos para ser finalizado.

Um dos pesquisadores, Johnny Stine, é dono de uma empresa de biotecnologia especializada em anticorpos. Depois de administrar a imunização em si mesmo e em sua família, ele começou a vender a fórmula a US$ 400 (cerca de R$ 2.100). O cientista alegava, ainda, que a vacina também serviria como tratamento para a Covid-19.

Stine recebeu uma carta da Food and Drug Administration (o equivalente à Anvisa dos EUA) alertando que devia parar imediatamente de apresentar falsas promessas. Em junho, foi processado pelo estado de Washington por vender um medicamento sem nenhuma prova de eficácia e também por administrar vacina em terceiros cobrando pelo procedimento. Perdeu o processo e será obrigado a devolver todo o dinheiro que conseguiu com a venda da “vacina”.

Um outro projeto atende pela sigla de RaDVac (Rapid Deployment Vaccine Collaborative) e tem em seu time cientistas famosos como o geneticista George Church, professor da Harvard. A equipe desenvolveu uma vacina a partir de “cinco ingredientes que poderiam ser misturados em um consultório médico”, contou Preston Estep, representante do grupo em entrevista ao Times.

A “vacina” RaDVac foi feita a partir de pedacinhos de proteínas virais encomendadas pela internet. A ideia é que os peptídios treinem o sistema imune para que ele aprenda a se proteger contra o coronavírus. Já foram feitas oito versões da fórmula e, segundo o cientista, colegas de vários países, inclusive do Brasil, entraram em contato para reproduzir o medicamento.

Outro grupo que está tentando uma “solução alternativa” se chama CoroNope e reúne pesquisadores voluntários que trocam informações para uma possível imunização. A equipe, no entanto, para evitar problemas justamente com o FDA prefere se manter totalmente secreto.

Especialistas alertam que não basta apenas pressa e “boas intenções” para se criar uma vacina. As versões caseiras não são testadas corretamente para garantir que funcionam e é possível até que façam mal aos pacientes. Além de reações imunes perigosas, a falsa sensação de proteção pode acabar expondo as pessoas ao vírus.

 

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