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Cientistas avançam para desenvolver remédio capaz de curar o HIV

Pesquisadores dos EUA conseguiram desenvolver bactéria que produz substância com potencial para ser usada em medicamentos contra o HIV

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Imagem mostra fita laranja, símbolo da aids e hiv, na mão de uma pessoa - Metrópoles
1 de 1 Imagem mostra fita laranja, símbolo da aids e hiv, na mão de uma pessoa - Metrópoles - Foto: Burak Karademir/Getty Images

Pessoas que vivem com o HIV têm de usar remédios durante toda a vida para impedir que o vírus deixe o estado latente e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) apareça.

As medicações disponíveis são capazes de manter a carga viral indetectável, mas não conseguem zerá-la completamente.

Pesquisadores da Universidade de Michigan (UM), entretanto, avançaram no caminho da cura ao encontrar uma substância com potencial para aniquilar o vírus. O artigo com as descobertas mais recentes do grupo foi publicado no Journal of Medical Chemistry em 7 de março.

“O que temos é que os pacientes com HIV fazem tratamentos indefinidamente para manter o vírus controlado”, afirmou a microbiologista Kathleen Collins, uma das autoras do estudo, em comunicado à imprensa. “As novas descobertas podem levar a um tratamento mais definitivo”, completou.

Como o HIV se esconde?

Ainda em 1998, a comunidade científica descobriu que o HIV escapa dos medicamentos do coquetel graças a uma proteína chamada Nef. Fabricada pelo vírus, a proteína é interpretada pela célula como um indicativo de que o corpo está bem, de que o sistema imunológico não precisa intervir.

Os pesquisadores de Michigan estudam a Nef há 15 anos, buscando uma maneira de impedir que o vírus a produza e, em consequência, engane o sistema imunológico do paciente. Durante a busca, eles encontraram uma substância promissora na natureza.

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A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids
Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico
O uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas
O tratamento é uma combinação de medicamentos que podem variar de acordo com a carga viral, estado geral de saúde da pessoa e atividade profissional, devido aos efeitos colaterais
Em 2021, um novo medicamento para o tratamento de HIV, que combina duas diferentes substâncias em um único comprimido, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
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HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida

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A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids

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Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico

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O uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas

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O tratamento é uma combinação de medicamentos que podem variar de acordo com a carga viral, estado geral de saúde da pessoa e atividade profissional, devido aos efeitos colaterais

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Em 2021, um novo medicamento para o tratamento de HIV, que combina duas diferentes substâncias em um único comprimido, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

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A empresa de biotecnologia Moderna, junto com a organização de investigação científica Iavi, anunciou no início de 2022 a aplicação das primeiras doses de uma vacina experimental contra o HIV em humanos

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O ensaio de fase 1 busca analisar se as doses do imunizante, que utilizam RNA mensageiro, podem induzir resposta imunológica das células e orientar o desenvolvimento rápido de anticorpos amplamente neutralizantes (bnAb) contra o vírus

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Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças aprovou o primeiro medicamento injetável para prevenir o HIV em grupos de risco, inclusive para pessoas que mantém relações sexuais com indivíduos com o vírus

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O Apretude funciona com duas injeções iniciais, administradas com um mês de intervalo. Depois, o tratamento continua com aplicações a cada dois meses

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O PrEP HIV é um tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) feito especificamente para prevenir a infecção pelo vírus da Aids com o uso de medicamentos antirretrovirais

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Esses medicamentos atuam diretamente no vírus, impedindo a sua replicação e entrada nas células, por isso é um método eficaz para a prevenção da infecção pelo HIV

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É importante que, mesmo com a PrEP, a camisinha continue a ser usada nas relações sexuais: o medicamento não previne a gravidez e nem a transmissão de outras doenças sexualmente transmissíveis, como clamídia, gonorreia e sífilis, por exemplo

Keith Brofsky/Getty Images

Substância encontrada na natureza

As investigações indicaram que a concanamicina A (CMA) – uma substância produzida pelas cianobactérias – funciona para impedir que o HIV produza a proteína Nef.

No entanto, outros dois desafios ainda precisavam ser superados: era necessário arranjar um jeito de aumentar a produção de CMA – a produção das cianobactérias é muito pequena – e evitar que a substância paralisasse também as células que controlam a  membrana plasmática das células infectadas, já que ela altera também enzimas desta região.

A solução encontrada pelos cientistas foi modificar o código genético das cianobactérias, criando uma cepa especial que consegue produzir 2 mil vezes mais CMA do que a original. Além disso, a CMA produzida pela nova cepa conseguiu driblar a resistência da membrana plasmática.

Resolvidos esses dois problemas, ainda há um longo trajeto entre os estudos em laboratório e a fabricação de um remédio seguro e eficaz para ser administrado em humanos. Os cientistas de Michigan consideram que os primeiros passos já foram dados.

“Tínhamos de minimizar  o perfil de efeitos colaterais da droga antes de considerarmos colocá-la em um animal ou ser humano”, indicou Collins. “Nos sentimos cada vez mais próximos de testar os efeitos, mas queremos reduzir ainda mais os riscos de toxicidade e de ações fora do alvo planejado”, completou.

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