Cientistas pedem que turistas não tenham contato com camelos no Catar
Camelos são um dos principais reservatórios do vírus MERS-Cov, parente perigoso do coronavírus causador da Covid-19
atualizado
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Os camelos, animais símbolo do Oriente Médio, são conhecidos pela comunidade científica por serem um reservatório do vírus MERS, um tipo de coronavírus responsável por causar a Síndrome Respiratória do Oriente Médio.
A doença foi identificada pela primeira vez na Arábia Saudita em 2012, e já causou mais de mil mortes em 27 países.
Para evitar um novo surto da infecção, pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, da Universidade de Marseille, na França, e do Centro Colaborador para a Saúde do Viajante da Organização Mundial da Saúde (OMS), pedem que os turistas que estão no Catar para acompanhar a Copa do Mundo evitem contato com camelos.
Em artigo publicado na revista científica New Microbes and New Infections, os cientistas alertam que pessoas com a saúde fragilizada ou que fazem parte dos grupos de risco para a Covid-19 também devem evitar alimentos derivados dos animais, como o leite de camelo e a sua urina, ou a carne que não tenha sido cozida corretamente.
“A MERS-CoV causou vários surtos hospitalares na Arábia Saudita e causou um número limitado de casos no Catar, onde o padrão foi esporádico. Dados epidemiológicos do Catar mostraram a ocorrência de 28 casos de MERS (incidência de 1,7 por 1 milhão de habitantes) e a maioria dos casos tinha histórico de contato com camelos”, escrevem os pesquisadores.
Alerta para outras doenças
O artigo lembra ainda que as grandes aglomerações em estádios facilitam a transmissão do coronavírus causador da Covid-19, e que o contato próximo durante as partidas e festas também pode permitir a contaminação pelo vírus da varíola dos macacos.
“Os riscos de doenças infecciosas associados à Copa do Mundo da FIFA 2022 este ano no Catar são dominados pela preocupação global com a pandemia de Covid-19 em andamento, com emergência de novas variantes e a ameaça de fuga da vacina, e a ocorrência de surtos de varíola dos macacos em vários países”, dizem.
O texto explica que, embora nos últimos meses a trajetória dos casos de varíola símia aponte para números decrescentes, o risco de nvoos casos ainda é um desafio significativo no contexto de uma Copa do Mundo.
Eles lembram que os turistas devem estar com o calendário vacinal atualizado, e observar as regras de segurança ao experimentar alimentos e bebidas diferentes.
Manter a higiene das mãos, optar por beber apenas água engarrafada e manter o isolamento em caso de sintomas de Covid-19 ou varíola dos macacos, também são dicas recomendadas.
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