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Cientistas investigam surto de gripe aviária em focas dos EUA

Mais de 150 focas foram encontradas mortas ou doentes entre junho e julho de 2022. Testes confirmaram a infecção pelo vírus H5N1

atualizado

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Pesquisadores dos Estados Unidos investigam se o surto que causou a morte de dezenas de focas na costa leste do país em 2022 foi provocado pelo vírus da gripe aviária. Mais de 150 mamíferos marinhos foram encontrados mortos ou doentes entre junho e julho do último ano.

Um artigo com as principais evidências do estudo, que foi feito em conjunto entre pesquisadores de universidades e organizações ambientais, foi publicado nessa quarta-feira (15/3), na revista Emerging Infectious Diseases, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA.

Os autores do estudo destacam que o risco de uma pessoa adoecer com gripe aviária permanece baixo. Além disso, o surto entre as focas acabou rapidamente.

“O vírus que entrou nessas focas não persistiu”, afirma a pesquisadora da Escola de Medicina Veterinária Cummings da Universidade Tufts, Kaitlin Sawatzki.

Aves e focas infectadas

Entre janeiro e julho de 2022, foram coletadas amostras de 1.079 aves selvagens e 132 focas encontradas mortas ou encalhadas. O período abrangeu duas ondas de gripe em aves selvagens, a primeira com pico em março e a segunda, em julho.

Testes feitos com 41 focas encalhadas mostram que 19 delas estavam infectadas com o vírus H5N1 na segunda onda da doença. Em vários animais, o vírus apresentava mutações associadas à adaptação a mamíferos.

Foram encontradas duas versões ligeiramente diferentes do H5N1 nas focas – um semelhante ao que circulava entre as andorinhas, e outra com maior relevância entre gaivotas e o pássaro êider-edredão. O achado sugere que as aves selvagens podem ter introduzido a doença no ambiente dos mamíferos ao menos duas vezes durante o último ano.

Ainda não ficou claro se as focas conseguiram espalhar o vírus entre si ou se todas foram infectadas diretamente pelos pássaros.

“Nós realmente não sabemos se o H5N1 está sendo transmitido de ave para foca 100 vezes ou se está indo para algumas focas e depois se espalhando. Ambos os cenários são possíveis”, afirma a virologista da Escola de Medicina Veterinária da Universidade Tufts, Wendy Puryear, autora do artigo.

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