Cientistas identificam proteínas capazes de prever evolução da Covid
Aumento expressivo e contínuo na proteína inflamatória interleucina-6 pode mostrar que quadro do paciente está piorando
atualizado
Compartilhar notícia
Pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts e da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, identificaram uma “assinatura” de proteínas que estão presentes em casos graves da Covid-19 — uma delas pode até prever se o quadro do paciente desenvolverá para uma melhora ou para um óbito.
Foram estudadas amostras de sangue de 306 pacientes positivos para Covid-19, e 78 que apresentavam sintomas, mas testaram negativo para a infecção. Na primeira etapa da pesquisa, foi feito uma análise das proteínas de cada paciente: a maioria das pessoas com Covid-19 apresentava as mesmas proteínas, independente da severidade do caso.
Proteínas são macromoléculas formadas por aminoácidos e estão relacionadas a vários processos dentro do organismo humano. Elas agem na defesa do corpo (anticorpos são proteínas, por exemplo), na aceleração de reações químicas, na contração dos músculos e na comunicação celular.
No passo seguinte, foram comparadas as assinaturas proteicas de pacientes com quadro grave, intubados ou que morreram até 28 dias depois de serem hospitalizados. As amostras foram coletadas no dia da internação, três e sete dias depois.
A comparação permitiu que os cientistas identificassem mais de 250 proteínas associadas à infecção grave. Uma delas, a interleucina-6, ligada à resposta inflamatória que o corpo dá ao vírus, aumentou gradativamente em pacientes que morreram de Covid-19. Em pessoas com quadro grave, mas que se recuperaram, ela cresceu rapidamente, e caiu nos dias seguintes.
Os pesquisadores acreditam que as proteínas identificadas em casos graves são importantes para entender por que apenas uma parte dos pacientes com Covid-19 tem um desenvolvimento ruim da infecção e como a doença afeta os pulmões, o coração e outros órgãos.
Saiba como o coronavírus ataca o corpo humano: