Cientistas identificam genes responsáveis pela dislexia pela 1ª vez
Pesquisadores esperam que as descobertas ajudem no diagnóstico e acompanhamento de indivíduos com dislexia
atualizado
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Pesquisadores da Universidade de Edimburgo, na Escócia, descobriram 42 variações genéticas que podem estar ligadas à dislexia. O transtorno geralmente é diagnosticado na infância e se caracteriza pela dificuldade de leitura e compreensão de símbolos, que pode levar o paciente a problemas de aprendizagem. A pesquisa foi publicado na quinta-feira (20/10) na revista científica Nature Genetics.
Antes desse trabalho, não havia evidências sobre quais genes poderiam ser responsáveis pela condição. Agora, com os genes mapeados, será possível desenvolver testes de DNA específicos para a dislexia, que poderão contribuir para o diagnóstico e o acompanhamento dos indivíduos com o transtorno.
Os pesquisadores analisaram dados genéticos de cerca de 50 mil adultos disléxicos e de um milhão de pessoas sem a condição. O trabalho é considerado o maior a respeito da dislexia até agora.
Desenvolvimento cerebral
Entre os 42 genes mapeados, cerca de 14 (um terço) haviam sido previamente associados a outras condições relacionadas ao desenvolvimento cerebral, como atraso fala, no raciocínio e dificuldade de aprendizado. Outros já haviam sido ligados ao transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e à ambidestralidade – quando um indivíduo consegue utilizar as duas mãos de maneira semelhante, especialmente para escrever.
A autora principal do estudo, Michelle Luciano, afirma que a pesquisa também avança ao apontar genes específicos associados a processos essenciais para a alfabetização. “Nossas descobertas mostram que diferenças genéticas comuns têm efeitos muito semelhantes em meninos e meninas, e há uma ligação genética entre dislexia e ambidestria”, afirmou em nota de divulgação da Universidade de Edimburgo sobre o assunto.
A equipe de estudos reforça a importância de mais análises para avançar no conhecimento sobre a dislexia.
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