Cientistas descobrem que existem 5 tipos diferentes de Alzheimer
Pesquisa feita na Holanda traz novas evidências sobre o Alzheimer que podem ser usadas na avaliação de medicamentos no futuro
atualizado
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Um grupo de cientistas holandeses anunciou, nesta terça-feira (9/1), uma descoberta que pode mudar a forma com que o Alzheimer é tratado. Eles afirmam que a doença tem pelo menos cinco tipos diferentes, por isso, alguns medicamentos podem ser mais ou menos eficazes para alguns pacientes. A descoberta foi publicada nesta terça-feira (9/1), na revista Nature Aging.
O Alzheimer é uma doença com impacto devastador tanto para os pacientes quanto para os familiares à medida que evolui. Alterações na memória e na personalidade, perda da capacidade de realizar tarefas simples do cotidiano, e incontinência urinária e fecal são alguns dos sintomas desse quadro que afeta aproximadamente 1 milhão de pessoas no Brasil.
O desenvolvimento da doença está associada ao acúmulo de proteínas amiloide e tau no cérebro, mas também está relacionado a outros processos biológicos, como a inflamação e o crescimento de células nervosas
Os pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Amsterdã (UMC, na sigle em inglês), Alzheimer Center Amsterdam, e Maastricht University examinaram 1.058 proteínas no líquido cefalorraquidiano de 419 pessoas diagnosticadas com Alzheimer.
Eles descobriram que existem cinco variantes biológicas neste grupo. A primeira delas é caracterizada pelo aumento da produção de proteína amilóide. Na segunda, a barreira hematoencefálica é rompida e há uma produção reduzida de amilóide e um menor crescimento de células nervosas.
Além disso, as variantes diferem no grau de síntese das proteínas, no funcionamento do sistema imunológico e no funcionamento do órgão que produz o líquido cefalorraquidiano.
De acordo com os pesquisadores, os pacientes com diferentes variantes do Alzheimer também apresentaram diferenças em outros aspectos da doença, como a rapidez com que ela evolui.
Essas descobertas sugerem que os medicamentos só funcionam para uma variante da doença. Ou seja, os que inibem a produção de amilóide funcionam para pessoas com a variante com produção aumentada de amilóide, mas podem ser prejudiciais para aqueles com a variante com produção diminuída de amilóide.
A próxima etapa do estudo será investigar essa suspeita, para entender se as variantes do Alzheimer reagem de forma diferente aos medicamentos.
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