Cientistas estudam por que lambidas de animais podem levar à morte

O espantoso caso de um morador do estado de Wisconsin, nos Estados Unidos, de 49 anos, que já perdeu as mãos, as pernas e parte do nariz por causa de uma reação alérgica do organismo desencadeada por lambidas de seu cachorro de estimação, levou cientistas a descobrirem uma mutação genética rara que pode estar relacionada à reação extrema do corpo.

Em junho de 2018, Greg Manteufel (foto) apresentou sintomas simples como febre, náuseas e diarreia. Decidiu ir ao hospital quando começaram episódios de confusão mental. Os exames revelaram que ele estava infectado com uma bactéria chamada capnocytophaga canimorsus, que é bastante comum na saliva de cães e gatos saudáveis e pode ser transmitida por mordidas ou lambidas.

Para a maioria das pessoas, o contato com a bactéria não provoca sintomas, mas, aqueles que possuem o sistema imunológico debilitado, podem desenvolver doenças sérias. Nos últimos dez anos, há conhecimento de apenas seis casos de pessoas que apresentaram reações severas à capnocytophaga canimorsus.

No caso de Manteufel não há informações sobre sua condição imunológica prévia, mas ele apresentou uma sepse – infecção generalizada – que, para ser controlada, exigiu a realização de mais de 20 cirurgias. Durante o processo, Greg perdeu parte dos braços na altura dos cotovelos e das pernas na altura dos joelhos.

O trágico caso desencadeou uma pesquisa científica liderada pela Escola de Medicina de Harvard que, ao comparar material genético de pessoas que apresentaram sepses provocadas pelo capnocytophaga canimorsus, descobriu uma variante genética comum relacionada ao funcionamento do sistema imunológico.

A hipótese é de que esta variação genética seria a responsável pela reação severa do corpo de algumas pessoas às lambidas dos pets e, caso seja confirmada, a expectativa é que seja possível prevenir situações tão ou mais graves do que a do norte-americano. (Com informações do Daily Mail)